Combate ao preconceito é prioridade nos jogos universitários de Araraquara

Vereadora Thainara Faria (PT) organizou evento para capacitar arbitragem dos jogos
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Com o objetivo de promover inclusão e representatividade dos grupos minoritários nos jogos universitários Inter Araraquara, que serão realizados no mês de novembro na cidade, a vereadora Thainara Faria (PT) e a Escola do Legislativo (EL)  promoveram, na noite da sexta-feira (27), no Plenário da Câmara Municipal, um evento de capacitação dos árbitros que julgarão as competições.

A tentativa foi de contribuir com a formação social dos juízes, a fim de evitar manifestações de intolerância e preconceito, recorrentes nos campeonatos esportivos. Nesse sentido, o evento contou com a presença do coordenador Executivo de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Luiz Fernando Andrade, da coordenadora executiva de Políticas Públicas para Mulheres, Amanda Vizoná, da assessora especial de Políticas LGBT, Filipe Brunelli, da coordenadora executiva de Direitos Humanos, Maria Fernanda Luiz, além de organizadores e juízes do evento, bem como de alunos que participarão dos jogos.

Para o responsável pela Coordenadoria de Igualdade Racial, o preconceito contra o negro vem desde sua presença na universidade. “Devido a questões sócio-históricas, como a escravização, temos uma população que, em sua maioria, não está presente no núcleo acadêmico. A intolerância precisa ser combatida na universidade e, consequentemente, nos eventos organizados pelos seus alunos. Por isso, esse debate é tão importante”, destacou Andrade.

Dando continuidade ao debate, Amanda Vizoná apresentou dados sobre a violência doméstica no município e no Brasil, e aproveitou para destacar a incidência de estupros entre universitárias. “Infelizmente, mais de 50% das mulheres que sofrem agressões não denunciam, e essas situações são agravadas dentro da universidade, devido à vergonha dos colegas e à repressão, muitas vezes, da própria academia.”

 

Responsabilidade social

Para o representante da Agência Global Esportes, empresa responsável pela organização do evento, Matheus Bermudez, conscientizar a arbitragem e os alunos é um compromisso dos organizadores. A representante da Comissão Sociocultural do Inter Araraquara, Fernanda da Silva, destacou que a garantia dos direitos humanos já é uma preocupação dos idealizadores e que, em casos de discriminações, os estudantes poderão recorrer a uma tenda de apoio, na qual profissionais capacitados estarão à disposição dos participantes.

 

Respeito às trans

A assessora especial de Políticas LGBT finalizou a discussão e enfatizou a ocorrência de ofensas e discriminações contra o púbico LGBT e transgênero. “São Paulo é o único estado do Brasil em que a LGBTfobia é crime, porém, ainda assim, são muitos os relatos de pessoas que são agredidas por simplesmente serem quem são. Por isso, estamos aqui hoje para aprender a respeitar as minorias. E o respeito começa a utilizar o gênero correto ao se referir a qualquer pessoa, inclusive as transexuais. Se ela se identifica com o gênero feminino, o pronome a ser utilizado é 'A'. Por exemplo, é 'a travesti',  não 'o travesti'”, explicou Brunelli.

Thainara Faria finalizou o debate destacando que Araraquara é uma cidade com inúmeras universidades e, inevitavelmente, os jogos e as festas universitárias são parte do cotidiano dos cidadãos. Por isso, o poder público deve zelar pelos direitos dos moradores, bem como fiscalizar o modo como o evento será realizado. “ Os jogos devem contemplar todos os cidadãos, independentemente de sua cor, gênero e orientação sexual. Eu represento as minorias e mantenho o meu comprometimento em defendê-las e em garantir seus direitos, principalmente, o de ir e vir com respeito e segurança em todas as circunstâncias”, concluiu a parlamentar.

Ao final da capacitação, os juízes participantes receberam certificado, emitido pela EL.




Publicado em: 27/07/2018 22:50:34