Sancionada lei que homenageia Bento de Abreu

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Na terça-feira (26), foi sancionada a lei, de autoria do vereador Elton Negrini (PSDB), que institui no Calendário Oficial de Eventos do Município o “Dia Bento de Abreu – Plantador de Cidades”, a ser comemorado no dia 17 de agosto. O intuito da lei é estimular o conhecimento da sociedade sobre a história araraquarense, além de fomentar encontros familiares, religiosos, esportivos, musicais e artísticos, por meio de eventos populares aos domingos, na Avenida Bento de Abreu.

 

Bento de Abreu

Nascido na cidade de Campinas, em 17 de agosto de 1872, Bento de Abreu passou parte de sua infância e juventude entre a casa da família, na cidade de São Carlos, e a fazenda São Joaquim, de propriedade do seu pai, voltando a residir em Campinas quando chegou à idade escolar. Em Campinas, estudou no Colégio Culto à Ciência, onde recebia ensinamentos baseados no ideal positivista, que fascinou a mente de parte da elite cultural paulista, norteando suas principais ações políticas e sociais durante os últimos decênios do século XIX e as primeiras décadas do novo século. Aos 17 anos, passou a trabalhar com seu pai, primeiramente na fazenda, com negócios de café e, logo a seguir, na Casa Bancária, em São Carlos, onde exerceu as funções de diretor-gerente. A falência do Banco União de São Carlos, difícil fato na vida da família de Bento, fez com que ele deixasse a cidade de São Carlos, adquirisse a fazenda Boa Vista, localizada na Sesmaria das Almas, então município de Araraquara, rebatizando-a com o nome Fazenda Alpes, onde passou a residir e colocou em prática o aprendizado administrativo com a experiência bancária, aliado ao que sabia sobre a cafeicultura. Em 1908, Bento de Abreu elegeu-se à Câmara Municipal de Araraquara, ocupando pela primeira vez um cargo público e iniciando formalmente sua carreira política. Ao final do triênio 1908-1910, reelegeu-se, assumindo, então, a presidência da Câmara, cargo mais importante do município. Em discurso pronunciado em 15 de janeiro de 1911, no início do novo mandato disse: “No tempo de meu avô não precisava ele saber do governo. Em sua fazenda tinha tudo: a carne, o pão, o vinho, plantava o algodão, tecia o pano, de modo que só comprava o sal, pagava o colégio para os filhos e só. Hoje não, a sorte do cidadão está intimamente ligada à marcha do governo de seu país”. Nesse mesmo ano, foi diretor do “Banco de Araraquara”. Em meados da década de 1920, elegeu-se deputado, apresentando diversos projetos no Congresso de São Paulo. Em 15 de janeiro de 1923, após oito anos distante dos cargos públicos na Morada do Sol, Bento de Abreu voltou a presidir a Câmara Municipal de Araraquara e, naquele ano, num discurso, propôs a criação de um horto florestal, assunto inusitado para aquele tempo, ganhando importância nos meios de comunicação e político somente anos mais tarde.

 

Ao final de 1924, Bento de Abreu foi eleito deputado estadual para a 13ª Legislatura (1925-1927) e passou a acumular os dois cargos públicos, conforme permitia a legislação vigente na época. Como homem público e exercendo a presidência da Câmara Municipal de Araraquara, sob sua orientação, fizeram-se todos os melhoramentos que tornaram esta cidade um modelo: calçamento das vias públicas, iluminação, águas e esgotos, hotel, clube e estádio municipal. O teatro municipal foi um dos mais importante de uma série de obras, que inclui, além da fundação Maternidade e Gota de Leite e da Santa Casa de Misericórdia, a oficialização do Ginásio do Estado (hoje EEBA) e a criação da Escola de Farmácia e Odontologia de Araraquara. Bento de Abreu entendia que as Câmaras Municipais deveriam ter autonomia financeira para efetivarem as políticas locais e, quando se tornou deputado estadual constituinte, trabalhou a favor dessa ideia. Para o triênio 1928-1930, não voltou a ser reeleito no Legislativo estadual, permanecendo apenas presidindo a Câmara Municipal de Araraquara. No ano de 1929, foi eleito presidente da Sociedade Rural Brasileira, de onde acompanhou os acontecimentos políticos que acabaram desencadeando a Revolução de 1930. Em 1935, Bento de Abreu elegeu-se à Constituinte Paulista, ocupando o cargo de Secretário de Agricultura do Estado e terminando seus dias politicamente ativo, após participar da Constituinte Estadual de 1947. A partir do início da década de 1940, Bento de Abreu foi, aos poucos, passando as atribuições de suas atividades aos filhos e genros. Faleceu em 15 de maio de 1948 na cidade de São Paulo e foi sepultado no cemitério da Consolação, junto com a sua esposa Maria Izabel, falecida em 26 de julho de 1930.

 

Fonte: www.camara-arq.sp.gov.br/site/index.php/quem-foi-bento-de-abreu/




Publicado em: 01/04/2019 14:57:25