Após ser procurado por frequentadores do Centro Esportivo “José Maria Melhado” com queixas sobre falta de manutenção e uso de drogas, o vereador Elias Chediek (MDB) visitou o local na quinta-feira (20) para verificar as condições do espaço. “A realidade que encontrei me deixou preocupado”, conta o parlamentar.
De fato, o cenário atual se divide entre reforma e falta de fiscalização. “Por um lado, pude constatar que há reformas em curso, mas, por outro, as melhorias estão sendo deterioradas ao mesmo tempo em que são feitas, porque não há segurança nenhuma no local”, observa, após conversar com um funcionário da Construtora Costa Melo, de Goiânia (GO), empresa responsável pelas reformas. O funcionário, que prefere não se identificar, conta que está trabalhando no centro esportivo há cinco meses. “Já trocamos a areia do tanque, estamos terminando a reforma dos vestiários, instalamos a quadra, todo o madeiramento do pátio, colocamos portas nas guaritas, pintamos os bancos”, enumera. “Agora vamos parar para o Natal e o Ano Novo e, quando voltarmos, não sei como vai estar. Logo depois de pintar as paredes, já ficou cheia de marcas de pés. A gente conserta de um lado, já quebram de outro. Eu não posso cuidar da segurança. Já falei para outras autoridades que vieram aqui. Se alguém estiver fazendo alguma coisa errada, não posso entrar na frente para impedir. Não é a minha função”, desabafa.
Um colchão cuidadosamente posicionado ao lado de uma série de pertences pessoais chama a atenção no pátio de atividades. “Tem um pessoal morando aí”, informa Carlos André Santos Nunes, saindo de uma rodinha de bate-papo com outros frequentadores do parque. “Eu também moro aqui, já faz três anos”, conta, dizendo que é sergipano. Ele tira do bolso a chave da guarita na entrada do parque e mostra o apartamento que improvisou ali. “É pra dormir e guardar minhas coisas, não cozinho aqui. Peço comida nas casas, nos bares. Fico de olho, não deixo o pessoal fumar maconha aqui de dia, não. Mas, de noite, não tem jeito. Fecho a porta e só escuto os passos dos ‘nóinha’ que vêm fumar de madrugada. Eu não uso drogas, só tomo minha ‘pinguinha’ mesmo”, acrescenta. À pergunta de Chediek sobre a inserção em algum programa de assistência, responde negativamente, porém ressalva que a Prefeitura sabe que ele está ali. “Converso com todo mundo da Prefeitura que vem aqui quando tem eventos ou quando vem ver os trabalhos”, garante.
“É uma soma de problemas que observamos aqui”, declara Chediek. “Temos a situação deste senhor, morando irregularmente, sem receber nenhuma assistência social, e temos a falta de segurança, que é gritante. O portão fica aberto dia e noite, sem nenhum guarda na entrada e sem nenhuma fiscalização. Essa reforma acabará sendo um trabalho perdido. Nem vai terminar e já vai estar tudo sujo e quebrado, pois o lugar fica à mercê de vandalismo e de usuários de drogas”, alerta. Chediek encaminhará um requerimento ao Executivo, questionando se há medidas previstas para garantir a manutenção e a segurança do centro esportivo.
Publicado em: 21/12/2018 15:20:39