“Se este projeto não der certo, não sei o que poderá dar." Repetida três vezes por diferentes pessoas durante o lançamento do “Território em Rede”, da Prefeitura, na manha da terça-feira (5), a frase resume o ânimo dos atores envolvidos na iniciativa. O programa, coordenado pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, visa à articulação e ao fortalecimento da rede intersetorial de Proteção Social, com atuação em territórios de alta vulnerabilidade social. O vereador José Carlos Porsani (PSDB) representou a Câmara Municipal no evento.

O local escolhido para a divulgação não poderia ser mais propício: o Centro de Convivência da Criança e do Adolescente “Nossa Senhora das Mercês”, no Jardim São Rafael. “Fico feliz em ver as políticas públicas chegarem aos locais onde a dor e o abandono são maiores”, destacou Aparecida dos Santos, a Irmã Cida, uma das responsáveis pelo espaço. Para a secretária municipal de Planejamento e Participação Popular, Juliana Agatte, o programa exige a condução de um trabalho integral, que permitirá à qualificação do atendimento público, otimizando os recursos existentes. “O serviço público tem o dever de trabalhar pela ruptura do ciclo de pobreza entre gerações, criado e alimentado por políticas que só reproduzem a exclusão”, pontuou. “Para lidar com problemas tão complexos, é preciso o olhar ampliado de todas as políticas”, completou a secretária interina de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Pereira Barbosa. Gestor por três vezes da Assistência Social, Porsani colocou-se como parceiro do trabalho. “Chega de divergências políticas. Temos que trabalhar pelo bem da cidade”, assinalou. O vereador Roger Mendes (Progressistas), atuante nas causas sociais, parabenizou a iniciativa. “Acredito no projeto, porque vejo as políticas públicas como ferramentas de transformação.”

Também estiveram presentes os parlamentares Lucas Grecco (PSB) e Toninho do Mel (PT).

 

Território em Rede

“Não somos mais secretaria da Educação, do Esporte, da Saúde, agora somos apenas um”, destacou o coordenador da Educação Básica, Alexandre de Freitas. Representando a Secretaria de Educação, a fala do coordenador ressalta o caráter intersetorial do programa. “Diante de uma situação de evasão escolar, a Educação deve comunicar o Cras (Centro de Referência de Assistência Social), que, por sua vez, precisa conversar com a Segurança Pública”, exemplificou o prefeito Edinho Silva (PT), que continuou: “cada criança perdida para a criminalidade é uma vida ceifada e um motivo de vergonha para nós”.

O programa terá ações em seis territórios prioritários, caracterizados pela alta vulnerabilidade social. São eles: Jardim Cruzeiro do Sul, Jardim São Rafael, Parque Cecap/Parque Residencial Iguatemi (Oitis), Parque das Hortênsias, Parque São Paulo, Valle Verde e demais bairros adjacentes. De acordo com dados da Prefeitura, esses bairros concentram 33,92% da população total estimada de Araraquara, e 46,65% do total de famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal residem nessas localidades. O resultado esperado é o desenvolvimento de políticas sociais de forma eficiente e interligada. “Estamos mapeando esses territórios e levantando as demandas junto com a comunidade para que as vulnerabilidades se transformem em números e amparem estratégias”, salientou a gerente responsável pelo programa, Celina Garrido. O primeiro fórum está previsto para o dia 8 de junho, no Valle Verde.

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