Na noite de quinta-feira (17), a Câmara de Araraquara recebeu a comemoração do Dia Municipal do Maçom. A data, celebrada anualmente em 20 de agosto, foi instituída e incluída no Calendário Oficial de Eventos do Município pela Lei nº 5.874/2002. A celebração faz parte da 34ª Semana Maçônica de Araraquara e Região. “A Maçonaria parece um templo religioso, um parlamento, uma universidade, um clube social e uma instituição filosófica, mas não é nada disso. No entanto, é tudo isso ao mesmo tempo. Nela cabem homens livres e de bons costumes, que encontram um lugar para se desenvolverem, de acordo com sua personalidade”, explicou o mestre maçom Jaime Fiorentino.

O evento teve dupla celebração, com a outorga do título de Cidadão Araraquarense a Milton Carmona Gil, maçom e cofundador do Amor Exigente Araraquara (Ameara). A Sessão Solene foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal, o vereador Jéferson Yashuda Farmacêutico (PSDB), que foi o autor da indicação do título. “Quero dividir a indicação desse título com meu amigo Sílvio Prada e dizer que é uma honra conferir esta homenagem. Não só o Sr. Milton, mas a família Gil, de um modo geral, tem uma trajetória de trabalho e dedicação na cidade. Para Araraquara, é uma honra tê-lo como cidadão”, declarou. A esposa do homenageado da noite, Maria Lucia de Oliveira Gil, exaltou, emocionada, “o companheiro de todas as horas, pai exemplar, avô dedicado, pessoa que fala mais por atos do que por palavras, sendo exemplo para todos os que o cercam. Admiro seu equilíbrio, seu empenho e o fato de enxergar o melhor nas coisas mais difíceis”. Representando a Augusta e Respeitável Loja Simbólica Acácia, Sálvio Garcia Iglesias Fernandes narrou a trajetória de Milton Carmona Gil dentro da Maçonaria araraquarense, desde o seu ingresso em 1986 e destacou suas qualidades pessoais. “Fico emocionado ao falar de meu irmão Milton. Seu carinho na loja, sempre apoiando e incentivando a todos, é notável.”

O procurador-geral do município, Rodrigo Cutiggi, que representou o prefeito Edinho Silva (PT) na cerimônia, observou que ele esteve presente em três solenidades envolvendo maçons nas últimas duas semanas. “Isso mostra que a Maçonaria continua vigorosa, atuando no país e inserindo homens de bens em todos os setores, para construir uma sociedade mais justa, mais tolerante e, quem sabe algum dia, perfeita”, apontou. Sobre o homenageado, declarou que “Araraquara ganha um filho querido e importante nos seus 200 anos”. Milton Carmona Gil agradeceu à Câmara Municipal, à família, amigos, à Maçonaria e companheiros do Amor Exigente presentes. “Em nenhum momento, trabalhei pensando em receber uma homenagem, mas, sim, porque aprendi que a vida não tem sentido sem se fazer o bem. Minha família foi acolhida pela família maçônica em nossa chegada à cidade. Adotamos e fomos adotados por Araraquara como moradores, nunca fomos forasteiros aqui. Tanto que, mesmo depois de nossos filhos estarem criados, com suas famílias estruturadas, eu e minha esposa decidimos permanecer aqui. Só tenho a agradecer”, concluiu.

Estiveram presentes na Sessão Solene os vereadores Elias Chediek (PMDB) e Paulo Landim (PT), o presidente da Comissão Organizadora da 34ª Semana Maçônica de Araraquara e Região, Adriano Borge, o delegado regional da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (GLESP), Ovídio Simões Braga, e a promotora de Justiça da Infância, Juventude e Idoso de Araraquara, Noemi Correa.

 

O homenageado

Milton Carmona Gil nasceu na Fazenda Sant’Ana, em Tabapuã (SP), em novembro de 1947. É o sétimo filho de Felix Gil Martins e Laura Carmona Barrionuevo, casal de descendência espanhola radicado na região.

Em 1955, a família mudou-se para Catanduva (SP), onde ele iniciou os seus primeiros estudos. No início de 1969, foi morar em São Carlos (SP) e, em 1970, iniciou o curso de Engenharia Mecânica na Universidade de Federal Uberlândia (MG), graduando-se em dezembro de 1974. Em fevereiro de 1975, foi trabalhar como trainee na empresa Souza Cruz em São Paulo (SP), onde permaneceu até agosto de 1976, quando recebeu o convite para trabalhar em Ribeirão Preto (SP), na empresa Santal Equipamentos. Essa nova mudança de cidade guardava uma surpresa para a sua vida. Na Santal, conheceu Maria Lucia, que se tornou sua esposa em março de 1980. Dessa união, nasceram Milton, Rafael e Danilo. O casal tem hoje três netos: Maria Luíza, Carolina e Felipe. Milton lembra-se com carinho do tempo em que foi trabalhar na fábrica da Cutrale em Colina (SP), exercendo a função de gerente de manutenção. Ali, recebeu o convite de José Cutrale para trabalhar em Araraquara, ocupando o cargo de gerente de Engenharia. No início de 2001, foi morar nos Estados Unidos com a família e, em 2006, mudou-se para o México com Maria Lucia, mas nunca deixou de voltar pra cá. Milton participou dos trabalhos para fundação da Augusta e Respeitável Loja Maçônica Acácia de Araraquara, em 25 de julho de 1992, sendo membro ativo até os dias atuais. Ocupou vários cargos dentro da Maçonaria. É filiado à Fraternidade Acadêmica Dr. José Castelani 3979 desde 2010 ao Oriente de Araraquara, fundador do Capítulo Demolay Estrela de Ibitinga (SP) e membro fundador da Augusta e Respeitável Loja Acadêmica Arte, Ciência e Trabalho, 3272 ao Oriente de Ibitinga. Milton é cofundador do Amor Exigente Araraquara (Ameara), do qual faz parte há 22 anos. Atualmente, é o Presidente da entidade, eleito pelo segundo mandato, e cofundador da Comunidade Terapêutica Amigos da Vida (AAVIDA), instituição que trabalha na recuperação e reinserção social dos Dependentes Químicos.

 

A Maçonaria

De origem francesa (maçonnerie), o termo significa construção. Por extensão, seu significado é associação de pedreiros. Isso porque os primeiros maçons eram os construtores, arquitetos, engenheiros e empreiteiros na Idade Média. Em sua origem, a Maçonaria era uma sociedade secreta vinculada às ideias do laicismo humanitário e liberal do Iluminismo. A Grande Loja de Maçonaria foi criada na Inglaterra em 1717, unindo quatro lojas londrinas. O líder eleito era o grão-mestre. Aberta a todos as crenças religiosas, a Maçonaria rapidamente ganhou o mundo. Estima-se que hoje haja cerca de seis milhões de maçons. No Brasil, são 400 mil maçons distribuídos por mais de cinco mil lojas. Em Araraquara, a primeira loja maçônica foi implantada há 100 anos.

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