A coordenadora do Grupo Amor-Exigente de Araraquara (Ameara), Maria Lúcia de Oliveira Gil, recebeu o Diploma de Atuação na Política sobre Drogas na noite da sexta-feira (30), no Plenário da Câmara. O vereador Elias Chediek (PMDB) coordenou os trabalhos. “Conheço Maria Lúcia e seu esposo, Milton, há muitos anos e sou testemunha da sua dedicação para ajudar a melhorar a vida de pessoas que nem conhecem. Eles formaram uma família que abrange os seus colegas do Amor-Exigente e toda a comunidade araraquarense. Lembro-me bem da resposta que ela sempre deu a quem perguntasse de onde tirava a energia para tanta dedicação: ‘Amor. Esse sentimento engloba tudo”, declarou.

Um agradecimento especial à família da homenageada também foi o destaque do pronunciamento da promotora de Justiça da Vara de Infância, Juventude e do Idoso, Noemi Corrêa. “Se não fosse o desprendimento de Milton e dos filhos, que ‘emprestaram’ Maria Lúcia à comunidade, essa história poderia ter sido muito diferente”, afirmou, lembrando, com orgulho de ter apresentado o Projeto Amor-Exigente a Maria Lúcia 23 anos atrás. “É uma honra que carregarei comigo a vida inteira.” Apontando a dedicação do casal no trabalho com famílias, professores, penitenciários e egressos do sistema judiciário, Noemi observou que eles “em vez de estarem em casa curtindo os filhos e netos, continuam se dedicando de modo incansável ao trabalho de prevenção ao uso de drogas em nossa cidade”.

O presidente do Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas de Araraquara (Comad), Márcio Servino, apontou que o “mais do que uma homenagem, o prêmio é um reconhecimento, em vida, de pessoas como Maria Lúcia, que se dedicam com abnegação a trabalhar pelo bem comum. Ela poderia estar em qualquer lugar do mundo, mas escolheu estar entre nós, onde desenvolve um trabalho exemplar há mais de 20 anos, por puro comprometimento e amor à causa, pois não tem, felizmente, nenhum caso de dependência química na família”.

Esta é a quarta edição do Prêmio “Diploma de Atuação na Política Sobre Drogas”, que homenageia autoridades e pessoas que se destacam por sua atuação no trabalho ligado a aspectos de prevenção e cuidado, com o objetivo de incentivar ações da sociedade civil voltadas à política municipal sobre drogas. As indicações são enviadas anualmente ao Comad, responsável pela concessão do prêmio.

“Tenho certeza de que este momento ficará guardado na minha memória e no meu coração. Esta noite é de alegria. Rever minha vida como um filme é uma emoção ímpar”, disse Maria Lúcia, agradecendo à Câmara, à Secretaria de Educação, ao Comad e, de forma especial, aos colaboradores do Projeto Amor-Exigente. “Esta homenagem não é só minha. Vocês sempre estiveram comigo e, sozinha, eu não conseguiria fazer nada”, afirmou, e acrescentou: “Tivemos o apoio de todos os governos até hoje, independentemente de bandeira partidária. Cerca de 150 mil pessoas já passaram pelo projeto nesses 22 anos, e cada uma delas deixou sua marca”. Seguindo sua convicção de que “o que é bom para mim, devo passar para os outros”, Maria Lúcia reafirmou seu compromisso de continuar a luta em prol das pessoas menos favorecidas em vários âmbitos. A noite encerrou-se com um chamado: “Não desanimem nunca. Fé, força e alegria!”, pediu aos companheiros de caminhada.

 

A homenageada

Filha de Alberto Roberto de Faria e Terezinha Perpetua de Oliveira Faria, Maria Lúcia de Oliveira Gil nasceu em Piumhi (MG), em 02 de janeiro de 1957, em uma família grande; eram sete irmãos. Completou os estudos básicos na cidade de Passos (MG), onde perdeu seu pai aos 14 anos, passando a viver com a renda que a mãe obtinha como costureira. Em 1971, mudou-se para Ribeirão Preto (SP), onde trabalhou e concluiu os estudos em Administração de Empresas na Unaerp. Uma mudança radical ocorreu em sua vida em 1980. Após 4 anos de namoro, casou-se com Milton Carmona Gil. No mesmo período, uma mudança de emprego do marido a levou a viver em Barretos (SP), onde ganhou mais três presentes: os filhos Milton, Rafael e Danilo. Apesar de tantas mudanças, a cidade que marcaria sua história seria Araraquara. Aqui, após o primeiro contato com o Programa Amor-Exigente, iniciou em 1995 o grupo de Araraquara como Coordenadora. Passou à Coordenação Regional de 1995 a 2000. Após outro período de mudanças, desta vez para os Estados Unidos e, depois, México, retornou à Morada do Sol, onde havia fincado raízes. Atualmente, é coordenadora do Ameara e atua também na Coordenação da Região Central Araraquarense, desenvolvendo trabalhos de auxílio a famílias que enfrentam problemas como drogadição, alcoolismo e outros, além de trabalhar com formação de professores, em parceria com a Secretaria de Educação, e no empoderamento de encarcerados e egressos do sistema penitenciário, em parceira com o setor judiciário.

 

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