Samuel da Farmácia Brasil Bueno, um homem com ideal de servir

Foto: Amanda Rocha - ACidadeON
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Faleceu hoje em Araraquara, o ex-vereador Samuel Brasil Bueno. Seu corpo está sendo velado no Memorial Fonteri e o sepultamento terá início às 16h15min no Cemitério São Bento.

 

Samuel Brasil Bueno nasceu em Rio Claro em 21 de maio de 1941, filho de Ruth e Anchises Brasil Bueno. Moravam na casa de seu avô paterno, Benjamin Iosti, que era proprietário de uma salsicharia. Na casa também residiam nove irmãos de Ruth. Quando tinha dois anos, o avô de Samuel comprou uma chácara em Araraquara e mudou-se com toda a família para a cidade onde montou uma triparia. De Araraquara foram viver em algumas cidades do estado, sempre seguindo pai e sua carreira como funcionário do IBGE. Em 1956 retornaram para Araraquara de onde Samuel nunca mais saiu. Formou-se no EEBA no período noturno, pois trabalhava num laboratório de medicamentos. Para completar os estudos, Samuel cursou técnico em contabilidade no Duque de Caxias. Foi ali que conheceu a que viria ser sua esposa Maria Teresinha. São pais de Samantha, médica pediatra e mãe de Sophia e Laila; e Priscila médica geriatra. Samuel, depois de trabalhar durante onze anos no Instituto Pinheiros, onde era gerente administrativo foi convidado para ser representante de um laboratório italiano de medicamentos, o Carlo Erba. A trabalho como representante do Instituto, numa visita a uma farmácia em São Carlos recebeu o convite para ser sócio do estabelecimento. Descobriu que os proprietários estavam passando uma fase difícil. Foi assim que entrou no ramo: foi lá para trazer uma duplicata e acabou tornando-se sócio, na Farmácia Santos Dumont. Era o ano de 1972. Os negócios cresceram a tal ponto que instalaram mais duas farmácias em São Carlos. Montou uma distribuidora de medicamentos em Araraquara na Rua 3 com a 36, a Distribuidroga. O negócio durou dez anos. Na sequência se desligou das farmácias de São Carlos e comprou em frente à matriz de São Bento, a Farmácia Noturna. Era a única que existia na cidade funcionando das 18 horas às 7 da manhã. O estabelecimento permanecia fechado durante o dia. Chegou a ter oito farmácias e em cada uma delas tinha um sócio. Posteriormente, passou a trabalhar com a Drogaria Nove de Julho em frente à Santa Cruz. Ali permaneceu na Rua 2 na esquina da José Bonifácio durante 26 anos. Chegou a ficar 21 anos sem abaixar as portas, pois a farmácia funcionava 24 horas. A farmácia deu a Samuel certa notoriedade, projeção e um sobrenome: Farmácia, ou seja, Samuel da Farmácia. Atuou no ramo por 45 anos. Muita gente o confundia imaginando ser ele o farmacêutico e não o proprietário da farmácia e ele brincava dizendo que da faculdade de farmácia só passou perto, pois era caminho.

 

Samuel sempre foi atuante no Rotary, onde ficou por 36 anos, sendo presidente por cinco mandato e um dos fundadores do Banco de Camas Hospitalares. Foi atuante também em sua igreja, a Presbiteriana. Depois da venda da farmácia ficou somente uma semana parado, quando um dia na Acia, recebeu o convite do juiz da Vara da Infância e Juventude, Silvio Moura Sales, o então presidente, Valter Merlos e alguns membros da diretoria, para coordenar o Movimento Degrau, sem direito a recusa. Samuel depois de conhecer o projeto que viabiliza a lei do Jovem Aprendiz em Araraquara, aceitou e passou a viver totalmente comprometido com o programa. O Movimento Degrau o fez chegar até o Ceproesc, Centro de Promoção Educacional Social na Comunidade, cujo projeto tem como objetivo empregar jovens aprendizes na faixa etária de 14 aos 22 anos incompletos. A Câmara Municipal foi o primeiro órgão público a cumprir de forma prática a finalidade do programa contratando jovens aprendizes, o que ocorre até hoje. Louvável também foi a dedicação de Samuel na parceria firmada entre o Rotary, igreja Presbiteriana e uma escola de inglês, para que crianças carentes do Cecap tivessem aulas de inglês. O projeto durou quatro anos. Samuel fez parte da Associação Comercial e Industrial de Araraquara, Acia, chegando a ser presidente da Acia por um breve período, foi candidato a vereança por três vezes, e como suplente chegou a substituir João Careca por um curto período, sempre com o desejo de ajudar a comunidade. Colaborou por alguns anos com o jornal O Imparcial, sendo o responsável pela coluna ‘Seu nome está na Rua”. Foram mais de 700 histórias, memória das famílias e muitas alegrias, principalmente por levar emoção às famílias. Foi ainda coordenador da criação do Bosque Rotário, no Jardim Marivan em 1992 e em 2001, do Bosque Maçônico.

 

Atual presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Araraquara – Comcriar. Sempre atuante ocupou por algumas vezes a Tribuna Popular da Câmara para falar do Ceproesc e da destinação de parte do importo de renda para entidades assistenciais do município. Colaborava atualmente com o Memorial da Câmara Municipal, ajudando nas pesquisas e compartilhando seu conhecimento e acervo de memórias das famílias de Araraquara. Em 1996 recebeu da Câmara o título de Cidadão Araraquarense, de autoria do vereador José Carlos Porsani.

 

Fonte: Célia Pires

Colaboração Silvia Maria Gustavo (Memorial da Câmara Municipal)




Publicado em: 09/05/2017 13:16:31