O projeto de lei que proíbe o uso de veículos de tração animal na cidade foi amplamente discutido durante a Sessão Ordinária da terça-feira (1) na Câmara Municipal. Por ser um assunto complexo, que envolve os direitos dos animais e, simultaneamente, questões sociais, como a requalificação profissional dos condutores de carroças que não poderão mais exercer a atividade, abriu-se espaço na tribuna tanto para os ativistas quanto para os carroceiros.
Defendendo a causa animal, fizeram uso da palavra a representante dos ativistas pelos direitos dos animais Betty Peixoto, a presidente da Comissão de Defesa dos Animais OAB Carolina de Matos Galvão e o representante da Vedas Araraquara Alexsandro Cesário. “Não somos contra a atividade”, observou Betty Peixoto. “Porém, existem recursos para que esta continue sem que se explorem os animais. Respeitamos o trabalho e a profissão, mas não toleramos os maus tratos. Queremos o fim da escravidão desses animais.”
O carroceiro José Amaro da Silva, por sua vez, defendeu o trabalho dos condutores. “Precisamos trabalhar, ganhar o nosso pão. É muito difícil para uma pessoa de 60 anos arrumar outro emprego a esta altura da vida. Muitas pessoas veem um animal maltratado e colocam todos os carroceiros no mesmo nível, mas não é assim. É preciso buscar e punir quem realmente maltrata os animais”, apontou.
Após um longo debate, o projeto, de autoria do vereador William Affonso (PDT), foi aceito, em primeira votação, por unanimidade. O projeto inclui a adoção de medidas, por parte da prefeitura, para que os ex-carroceiros recebam apoio para a adaptação e uso de novos veículos ou requalificação profissional. A segunda votação acontecerá na próxima semana.
Publicado em: 02/11/2016 00:56:44