Após mais de cem anos de existência, não há dúvidas de que a Beneficência Portuguesa, cujas atividades se encerraram este ano, faz parte da história da cidade. Porém o antigo hospital, cuja fundação data de 1914, pode voltar a participar do cotidiano araraquarense, agora como centro cultural. Essa foi a proposta apresentada pelo historiador Rogério Belmiro Tampellini na terça-feira (1), na Tribuna Popular da Câmara Municipal, credenciado pela Missão Apostólica de Araraquara.
O historiador, que já havia solicitado o tombamento como medida para proteger o prédio de uma eventual descaracterização, propôs que o poder público faça uma parceria com a arquidiocese e com os futuros compradores, a fim de preservar a capela e o salão nobre do hospital, transformando-os no Museu de Arte Sacra e Memorial da Beneficência Portuguesa. “A capela poderia abrigar parte do acervo do Museu Histórico, que já está sem espaço”, sugeriu Tampellini. “O salão nobre, por sua vez, conta a história da nossa cidade. É um verdadeiro memorial da colonização portuguesa, com quadros e todas as atas do hospital desde 1914”, contou.
De acordo com Tampellini, a criação do museu e do memorial não acarretaria grandes gastos para a prefeitura. “O espaço já está pronto, decorado. Só seria necessário remanejar um ou dois funcionários e, em 30 dias, poderíamos ter dois novos espaços culturais na cidade, incentivando novas exposições”, opinou. O historiador encerrou sua participação expressando o desejo de deixar um “desafio” à Casa de Leis para que abrace a causa da criação do museu. “Estamos falando de uma instituição de cem anos. Peço que todos somem esforços para preservar esse acervo tão importante para a nossa cidade.”
Publicado em: 02/11/2016 00:52:31