A coordenadora executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Alessandra de Cássia Laurindo, ocupando a Tribuna Popular da Câmara Municipal, na terça-feira (24), destacou a importância do projeto de lei que cria 20% de cotas para negros nos concursos públicos, aprovado na Sessão de número 100 da atual Legislatura.

Afirmou que tal projeto foi construído com o prefeito durante anos, a passos lentos, mas consistentes, para que pudesse atender a classe de pretos e pardos que representa 53% da população. No auditório do Plenário, simpatizantes portavam cartazes de apoio com frases fortes: "Cotas - Enquanto forem necessárias", "Em busca da igualdade", "Cotas já". Alessandra questionou: “Se o Brasil é um país miscigenado, por que não vemos essa mistura nos espaços privilegiados?” E completou: “Desafio a achar um negro nas listas de aprovados dos cursinhos preparatório particulares, ou quando circulamos pela Unesp, com exceção do núcleo de africanos que vem pelo PEC G. É raríssima a presença negra nesses espaços”. Falou emocionada de situações onde os negros são discriminados. “Como podemos viver numa sociedade onde todos são iguais perante à lei, mas que no supermercado ou nas portas giratórias dos bancos somos tratados como suspeitos?”

A coordenadora acredita que as respostas para essas perguntas são complexas e passam pela criação de uma política de cotas para negros no serviço público, e essa lei, agora aprovada, vai destacar Araraquara no cenário nacional. Alessandra agradeceu à Câmara por sempre demonstrar coerência e consciência na aprovação de projetos de combate à discriminação e ao racismo. Finalizou fazendo um apelo para “que Araraquara seja a morada do sol e não morada do racismo”.

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