O aumento significativo do número de mães com menos de 21 anos é uma das constatações do Núcleo de Estudos sobre Situações de Violência e Políticas Alternativas (Nueva) do Departamento de Sociologia da FCL da Unesp de Araraquara, que divulgou dados da pesquisa “Maternidade e Condições de Vida da Mulher” na noite da segunda-feira (2), no Plenário da Câmara. A apresentação foi feita pelo cientista social José dos Reis Santos Filho e pela Mestre em Psicologia e Sociedade Tatiana Machado Silva.

Formaram a mesa principal o presidente da Câmara, vereador Elias Chediek (PMDB), a vereadora Edna Martins (PV), a presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher de Araraquara, Regina Chediek, e a coordenadora executiva de Políticas Públicas para as Mulheres, Geani Trevisóli, representando o prefeito Marcelo Barbieri.

Regina destacou que a atividade abre a programação comemorativa ao mês da mulher na cidade (cuja programação está disponível nos sites da Prefeitura e da Câmara Municipal) e lembrou que a atualização dessas informações foi uma reivindicação do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher de Araraquara.

Reis explica que o trabalho é, na verdade, a atualização de uma pesquisa realizada em 2010, agora com dados de 2014. “Obedece os mesmos parâmetros de trabalho daquela ocasião, mas alguns tópicos foram acrescentados. A maternidade, por exemplo, ficou de fora em 2010”, completa o pesquisador. Ele informa ainda que na pesquisa completa foram feitas cerca de 100 perguntas distribuídas em 11 módulos sobre diferentes aspectos e condições de vida da mulher araraquarense. De acordo com os dados levantados, o número de mulheres entre 16 e 69 anos com filhos diminuiu apenas 1% entre 2010 e 2014. Mas levando em consideração o crescimento demográfico do município, isso representa 4,6 mil mulheres a mais com pelo menos um filho. A pesquisa revela ainda que entre 2010 e 2014 o percentual de mulheres que tiveram apenas um filho diminuiu em cerca de 3%. No mesmo período, o grupo que possui dois filhos teve uma queda ainda mais acentuada: seis pontos. O de três filhos, por sua vez, cresceu em 5%. O de quatro aumentou em 3% e o de cinco ou mais em 1%.

Sobre este tema, o que surpreendeu os pesquisadores foi o aumento da participação do grupo mulheres com até 16 anos: crescimento de quase 9%. Além disso, quase 50% das mulheres entrevistadas tiveram seus filhos com menos de 21 anos.

Outro dado importante para os estudiosos é a queda no número de filhos entre mulheres com menos de 29 anos e mais de 21. “No sentido contrário, as mulheres situadas no intervalo 30 anos ou mais cresceu ligeiramente”, constata ao documento. A pesquisa aborda ainda o desejo e a realidade das gestantes em relação ao parto normal e à cesárea, locais onde as mães tiveram seus bebês entre outros assuntos afins.

O conteúdo completo da pesquisa divulgada na segunda-feira está disponível no site da Câmara. Reis avisa que novas informações serão acrescentadas ao atual estudo, com referências, por exemplo, a grau de instrução e classe social das mulheres entrevistas.

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