Com um mês, ambulatório já atende um animal a cada 20 minutos

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A cadela Léssi estava cheia das coceiras há pelo menos três meses. A reação chamou a atenção da aposentada Auri Herculano da Silva, que não pensou duas vezes antes de recorrer ao novo serviço do Ambulatório Veterinário Municipal no Parque do Pinheirinho, em Araraquara. “Pode ter sido uma alergia a dosagem alta da injeção que eu apliquei nela contra o carrapato”, diz Auri, que sem orientação acabou errando na tentativa de ajudar.

Casos como esse já se tornaram rotina neste primeiro mês com uma média de atendimento de três animais por hora. Por sorte, agora, cães e gatos de donos com baixo poder aquisitivo tem a oportunidade de levar o animal a uma consulta veterinária. Em minutos o atendimento foi feito e já era possível ter uma ideia do que aconteceu. “Provavelmente pode ser uma reação, por isso coletei exames para verificar a função renal e hepática”, explica a médica veterinária Aline Regina Aranha.

E os exemplos se multiplicam. A cadela Kiara foi levada pela dona com um problema de pele. Foi medicada e liberada. Para o vereador William Affonso (PDT), que ajudou a implantar e também auxilia diretamente na coordenação do Ambulatório, nesses primeiros já houve casos de animais que estavam em situação grave, mas acabaram salvos. “É um sucesso! Estamos recebendo em média 15 animais por dia e ajudando uma série de animais”, diz a presidente da Associação Araraquarense de Proteção aos Animais (AAPA), Adriana de Mendonça.

Mas manter um trabalho assistencial não é fácil, e muito menos barato. O parlamentar lembra que as doações de medicamentos e material de limpeza ajudam, mas as parcerias são fundamentais para garantir vida longa ao projeto, proporcionando mais saúde aos animais da cidade. Por isso, eles contam com parceiros como o Laboratório Bonfá para os exames de sangue e, agora, a Cedimvet, uma empresa especializada em raios-X pet feitos a domicílio. O apoio de uma clínica móvel permitiu atender casos mais complicados como o da cadela Mel.

“Na véspera de ano, a cadela ficou apavorada com o barulho dos fogos de artifício e escapou para a rua. Um carro veio e a atropelou”, conta a dona-de-casa Luzia Josefa Medeiros. Levada para dentro do furgão, Mel parecia prestar atenção em tudo. Em minutos, o técnico já tinha digitalizada a imagem da radiologia na tela do computador indicando uma fratura na perna da cachorrinha da família. Mel foi medicada e fará uma cirurgia para minimizar a dor.

E cães recolhidos da rua também ganham uma oportunidade. Matias Rodrigues é funcionário público e trabalha retirando das ruas os animais perdidos. Um cão encontrado abandonado na Chácara Flora foi levado ao ambulatório para exames. “Aquela reação de que é apenas um animal está mudando. Eles sentem dor, fome e frio e não pode falar. Estamos aqui pra atender e peço que todos façam um esforço porque você pode até estar abrindo uma portinha no céu pela caridade que está fazendo com esse bichinho”, frisa Affonso.




Publicado em: 09/01/2015 14:32:03