Sismar critica privatização da CTA na Câmara; funcionário diz que falta planejamento

Confira resumo da sessão ordinária de 11 de novembro
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Credenciado pelo Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara (Sismar), Geraldo José Agassi de Oliveira, funcionário aposentado da CTA, criticou a possibilidade de privatização da empresa. Dia 19 de novembro, às 9 horas, haverá audiência pública para formatar o edital de concessão das linhas da companhia. O pronunciamento foi feito durante a 86ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal na terça-feira (11).

 

De acordo com ele, o maior problema da empresa é não ter planejamento e transparência. “A CTA não tem dívida com fornecedores e com bancos, as contas em dia. A dívida de R$ 11 milhões que a diretoria diz que tem, nunca foi detalhada, ninguém tem acesso”, afirmou. “A empresa sofre ataques e rasteiras o tempo todo”.

 

A ampliação das linhas da Paraty e o aditamento do contrato permitindo a venda dos cartões aos usuários também foi criticada. “A Paraty é concorrente, é permissionária; tirou clientes do vale transporte, e só recentemente direção tomou providências. A CTA não departamento comercial. Não tem projeto, não tem planejamento”, frisou.

 

Despesas

“Tiraram o pedágio, a administração da rodoviária, tiraram as receitas da CTA e só deixaram as despesas e agora querem terceirizar as linhas e vão demitir 600 funcionários; vão deixar 600 famílias desamparadas”, disse. “Tem funcionário com 30 anos de carreira que nunca trabalhou em outra empresa”.

 

Segundo Oliveira, ao ser questionado sobre o horário da audiência pública “que não permitirá a participação dos funcionários, um diretor teria dito que “funcionário não tem que participar; a situação já está resolvida, vamos pedir para quem ganhar para ver se dá para manter alguns”.

 

Na opinião dele, a terceirização não resolverá os problemas. Oliveira destacou que nas cidades onde o transporte coletivo foi privatizado, o poder público acaba subsidiando as empresas. “Os vereadores vão acabar votando subsídios para as empresas que assumirem o lugar da CTA”, preconizou.

 

Auditoria

Por fim, Oliveira defendeu uma auditoria na Companhia. “É o prefeito quem decide e manda; por isso, a Prefeitura deveria exigir uma auditoria para saber por que acabou essa empresa de 57 anos”. E reiterou que “a CTA tem essa dívida toda que a diretoria diz que tem, o que falta é planejamento”.

 

Para o vereador Dr. Lapena (PSDB), “seria salutar realizar uma auditoria”. Ele disse ter feito uma indicação com esta proposta, mas não obteve resposta. Ele questionou a situação dos funcionários e ponderou que “não há possibilidade de expansão, os direitos trabalhistas não estão sendo recolhidos”. Sobre a proposta de terceirização das linhas, Dr. Lapena frisou que “é um jogo de cartas marcadas, quem manda já decidiu”.

 

O vereador Donizete Simioni (PT) afirmou estar “cada vez mais convicto de que CTA não precisa ser privatizada,as o governo insiste; o governo precisa falar porque precisa  e porque chegou a essa situação”. Para ele, “o governo “não explica de onde vêm as dívidas; não faz seu papel, que é de procurar alternativas para não privatizar, como buscar recursos federais para mobilidade urbana e transporte coletivo”. Simioni observou que “será o fim de um patrimônio histórico”.

 

Já Elias Chediek (PMDB), defendeu reunião entre diretores e funcionários da CTA e a Câmara Municipal para esclarecer definitivamente a situação da empresa. Ele criticou o que chamou de partidarização da administração da Companhia. “A CTA funcionou até prefeitura não ter ações, quando passou controlar 86% das ações, foi imposta a política partidária e a empresa degringolou; as empresas públicas que comandam o transporte estão na mesma situação”, concluiu.

 

Projetos

Os vereadores aprovaram a abertura de crédito adicional especial, até o limite de R$ 356.865,99, para aquisição de equipamentos para a Fundação Municipal “Irene Siqueira Alves” (Fungota).

 

Outro projeto aprovado amplia para 15 o número de vagas de enfermeiro na área de Obstetrícia da Maternidade Gota de Leite.

 

Do vereador Roberval Fraiz (PMDB) foi aprovado em única discussão e votação projeto de lei denominando Rua Odette Ramos Haddad a via pública conhecida como Avenida 02 do loteamento Residencial Veredas do Campo.

 

Requerimentos

Foram aprovados dois requerimentos incluindo matérias jornalísticas nos Arquivos Históricos da Câmara. O primeiro, de autoria do vereador Elias Chediek (PMDB), foi publicado no jornal "O Imparcial", edição de 15 de outubro, sob o título “Candoca é homenageado pela Federação Paulista de Jiu-Jitsu”.

 

O segundo, proposta pelo vereador Doutor Helder (PPS), foi publicado na Revista Comércio Indústria e Agronegócio, edição de outubro/2014, intitulada “Adalberto Lucatelli - o homem que trouxe o Corpo de Bombeiros para a nossa cidade”.




Publicado em: 11/11/2014 23:05:49