Audiência indica oportunidades de emprego e requalificação para ex-funcionários da Iesa; demitidos pedem ações mais concretas

Visualize fotos

Novas vagas de empregos nas empresas que estão se instalando em Araraquara e requalificação por meio dos cursos oferecidos pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social foram as sugestões dos representantes do Executivo para os cerca de 400 funcionários demitidos pela Iesa em 2014 e que não tiveram seus direitos trabalhistas resguardados. O assunto foi debatido no Plenário da Câmara na noite da quinta-feira (1º), durante a Audiência Pública Perspectivas Futuras para Trabalhadores Demitidos da Iesa, requerida e presidida pela vereadora Gabriela Palombo (PT). “O objetivo foi discutir e apresentar alternativas do ponto de vista do poder público e perspectivas futuras no que se refere ao emprego em Araraquara para os trabalhadores que estão vivendo uma situação dramática em decorrência do processo de demissão”, disse a parlamentar na abertura dos trabalhos. Participaram da audiência membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas de Araraquara e Américo Brasiliense (Stimetal), os secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Toninho Martins, e da Assistência e Desenvolvimento Social, José Carlos Porsani, com outros servidores da pasta, além de ex-funcionários da empresa. A Iesa não enviou representantes ao debate. Por meio de nota enviada à Câmara, explicou que entrou com pedido de recuperação judicial a fim de proteger o valor dos ativos da empresa e continuar com suas atividades. Disse ainda que os problemas trabalhistas com os servidores demitidos estão sendo resolvidos.

Francisco Sabino, presidente do sindicato, não poupou críticas à Iesa repugnou o que a empresa fez com os trabalhadores, deixando cerca de 80 deles sem Fundo de Garantia (FGTS), sem o qual não conseguem dar entrada no seguro-desemprego. Paulo Sérgio Frigeri, tesoureiro do sindicato, ressaltou a falta de emprenho da empresa em dialogar com os ex-funcionários. “Não vieram porque não querem se expor”, desabafou. Sérgio Rampani, secretário-geral do sindicato, apontou ainda várias irregularidades na empresa, que vão de problemas na área produtiva, como falta de materiais para montagens de peças, “por falta de pagamento a fornecedores”, até ausência de equipamentos de proteção aos funcionários como luvas e protetores auriculares. “Não tinha nem arame de solda e houve relaxamento na proteção aos trabalhadores”, contou. Toninho Martins, secretário de Desenvolvimento Econômico, destacou a instalação de novas empresas no setor de metalurgia que ajudarão absorver parte dos funcionários demitidos, como a Random, que fabricará vagões de carga e carretas de grande porte e deve contratar cerca de 500 trabalhadores na linha de fábrica. Além disso, revelou a vinda outras empresas agregadas, além de indústrias nos setores farmacêutico, ferroviário e de eletro-eletrônicos e a criação de 10º Distrito industrial.

José Carlos Porsani, da pasta de Assistência e Desenvolvimento Social, indicou as oito unidades do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) aos empregados demitidos e seus familiares para que eles recebam suporte e encaminhamento. Disse ainda que cada caso será avaliado individualmente e que, dependendo da situação, eles poderão solicitar inclusive a isenção temporária das taxas de água e energia elétrica, assim como cestas básicas. Pediu também que eles façam inscrição no CadÚnico. Em seguida, servidores da pasta passaram informações sobre cursos em diversas áreas oferecidos no Centro de Formação Profissional e Espaço Kaparaó. Cerca de 30 pessoas acompanharam a audiência no plenário, boa parte delas ex-funcionários que se disseram humilhados pela empresa. Eles pediram ações mais urgentes para o problema, como a readmissão por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador, em que a empresa paga metade e o governo a outra metade, falaram das dificuldades enfrentadas após a demissão, fizeram denúncias à Iesa, tanto trabalhistas como de superfaturamento e desvio de recursos, pediram fiscalização e até a ocupação da fábrica foi ventilada. Os encaminhamentos da audiência foram extremamente positivos na avaliação da vereadora e uma nova audiência deve ser marcada, dessa vez com a presença de representantes da Iesa. O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) se responsabilizou em abrir um cadastro especial para os ex-funcionários visando a agilizar a recolocação no mercado. Além disso, uma atuação direta está sendo planejada junto a empresários para sensibilizá-los sobre a contratação de trabalhadores acima dos 40 anos, que hoje encontram dificuldade de reinserção nos postos de trabalho.




Publicado em: 03/10/2014 12:15:42