A Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Araraquara recebe mensalmente uma quantia no valor de R$ 5mil do SUS – Sistema Único de saúde, para cobrir despesas com procedimentos junto a 380 alunos atendidos pela instituição. Porém, os gastos com procedimentos ultrapassam a quantia de R$ 37 mil, por mês, pagos com dinheiro arrecadado de eventos e doações, sem contar outros gastos com profissionais e despesas diversas. Entretanto, a instituição já não está mais conseguindo manter-se e, por isso, pede apoio dos vereadores Aluísio Braz, o Boi (PMDB) e do Farmacêutico Jéferson Yashuda (PSDB) para a construção política de um projeto, junto ao Ministério da Saúde, solicitando aumento do valor do repasse de verbas para o custeio das atividades da Associação.

A reunião entre os vereadores, para decidir estratégias sobre o projeto, aconteceu na manhã de sexta-feira, 4 de abril, no Plenário da Câmara de Araraquara, com a presença da superintendente da Apae de Araraquara, Lígia Celante; da consultora da Federação das APAEs do estado de São Paulo, Giuliana Baldon; e do gerente de Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Garlippe. De acordo com Boi, a presença de Garlippe na construção do plano é fundamental, pois, tem a experiência na elaboração do projeto que contemplou Araraquara com R$ 3,750 milhões para serem aplicados na área de reabilitação do município, envolvendo a restauração física, auditiva e intelectual. Além disso, também conquistou a verba de R$ 1,5 milhão para ser usada na compra de equipamentos, bem como um repasse mensal de R$ 200 mil, para estender o atendimento às pessoas da microrregião de Araraquara. Para Yashuda a força política da Câmara Municipal, junto das questões administrativas e técnicas, que a Apae e a Secretaria Municipal da Saúde trazem, são fundamentais para o sucesso do projeto, que é inovador. “O trabalho da Apae é indispensável para a nossa sociedade; são 50 anos de muito esforço, dedicação e cidadania, não podemos deixar que isso acabe”, ressalta.

 

O projeto

A elaboração do projeto da Apae será semelhante ao desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde - setor de Reabilitação. Nele terá todos os detalhes exigidos pelas portarias federais que instituíram a rede de cuidado à pessoa com deficiência, além da portaria que instituiu incentivos financeiros para a construção de Centros Especializados em Reabilitação (CER), pleiteados junto ao Ministério da Saúde. A Associação pede verba para reformar e ampliar a Unidade, com a intenção de estender os serviços às pessoas da microrregião. No projeto consta R$ 1 milhão para a reforma e ampliação do prédio, R$ 1 milhão para a compra de equipamentos e um repasse mensal de R$ 140 mil para custear os serviços prestados. Boi explica que, “só desta forma a Apae poderá ter condições para dar continuidade na prestação dos serviços. É preciso ter a segurança deste recurso mensal, além de estender os trabalhos para as cidades vizinhas”.

Apaes

As Apaes são entidades filantrópicas, sem fins lucrativos, de caráter educacional, cultural e assistencial, considerada como o maior movimento comunitário do mundo em prol da pessoa portadora de necessidades especiais. Atualmente, são quase 2.000 Apaes em funcionamento no país. Em Araraquara, a Apae está localizada na Avenida Cientista Frederico de Marco, nº 750, no bairro da Vila Xavier. A escola de Educação Especial "Profª Vera de Carmo Biasiolo Alvares" da Apae da cidade começou a funcionar em 1988 e, atualmente, conta com 380 alunos regularmente matriculados. O trabalho está centrado no atendimento de pessoas portadoras de doença mental e/ou múltipla de ambos os sexos, a partir do nascimento, sem idade pré-estabelecida, em regime semi-aberto, subdivididos no período da manhã e da tarde. Atende com serviços gratuitos, considerando que a clientela, em sua maioria é composta de famílias de nível socioeconômico médio/baixo.

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