'Precisamos retomar nossa capacidade de indignação diante da violência contra a mulher'

Em homenagem à jovem morta em Araraquara, vereadora Edna Martins (PV) pediu um minuto de silêncio    
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“Precisamos retomar nossa capacidade de indignação diante da violência contra a mulher. É muita coisa que estamos assistindo e precisamos promover a vida, e a vida com qualidade.” Assim, chocada com a morte da jovem Vanessa Angelo Teixeira de Oliveira, de 21 anos, a vereadora Edna Martins (PV), representou na sexta-feira (7), a Câmara Municipal na Mesa Redonda "Convivendo com a Deficiência", na Biblioteca, durante o primeiro dia dos eventos do Mês da Mulher.

“Nós não podemos mais naturalizar essa situação e nós não podemos deixar de nos indignar”, diz Edna Martins pedindo um minuto de silêncio em respeito a memória de Vanessa e a dor da família da jovem brutalmente assassinada. “Hoje, estou particularmente chocada porque a gente está começando a achar natural ouvir a notícia de que mais uma mulher foi assassinada e isso aconteceu na nossa cidade.”

A jovem foi encontrada morta na quinta-feira em um canavial em Araraquara. Ela foi esfaqueada e o principal suspeito é o padrasto. Segundo a vereadora do PV e uma das militantes da causa da mulher em Araraquara, em 56 países, o Brasil está em um dos primeiros na questão da violência contra a mulher.

“O que alimenta a violência contra a mulher é a nossa sociedade machista e infelizmente a TV insiste em nos mostrar como objeto sexual que vende produtos, que vende cerveja.”

Para a parlamentar, a data do mês da mulher é importante para a história e também para a cidade. “Acho que a Prefeitura está de parabéns porque foi feliz. Talvez, pela primeira vez, conseguimos uma programação do dia 8 de março que dá conta da nossa diversidade, a maternidade, a mulher idosa, as deficientes, as lésbicas, envolvendo a cultura, o esporte, a saúde, enfim, vários aspectos porque as mulheres não são todas iguais e é importante toda essa discussão.”

Para a vereadora, é preciso mais educação para que a sociedade machista não ache que o fato de uma roupa mais curta signifique algum tipo de insinuação. “As mulheres estão inseridas na maioria das profissões, na política mesmo que de maneira pouco representativa, mas ainda não dá pra esconder o que significa a violência contra a mulher dentro da nossa sociedade”, frisa a vereadora destacando que as mulheres negras ainda sofrem mais.

Na Mesa Redonda, uma das palestrantes, Michele Geisa Okumura Cob, falou sobre as dificuldades em ser cadeirante. Ela ficou em uma cadeira de rodas depois de sofrer um acidente há 17 anos.

Ainda participaram do evento os vereadores Adilson Vital (PV), Farmacêutico Jéferson Yashuda (PSDB) e Elias Chediek (PSDB), além da secretária de Articulação Institucional da Participação Popular, Silvia Bruneti, a coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Geane Trevisoli, e outros representantes do Executivo.




Publicado em: 07/03/2014 20:38:53