Câmaras de Araraquara e Franca tentarão repatriar disque 190 da PM

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Uma ação articulada entre as Câmaras Municipais de Araraquara e Franca pretende repatriar para o âmbito local de cada município o atendimento de emergência da Polícia Militar, o disque 190. Desde o meio do ano passado, as ligações feitas na cidade são recebidas por policiais a Central de Operações da Polícia Militar (Copom), em Ribeirão Preto, que estão noventa quilômetros de distância o que vem prejudicando a eficácia do serviço. As Câmaras de São Carlos e Barretos também serão convidadas a participar desse pedido regional.

“Esse contato está sendo frio demais e vem causando problemas”, diz o presidente da Câmara Municipal de Araraquara, o vereador João Farias (PRB). Ele reuniu-se nesta segunda-feira com o também parlamentar Pastor Otávio (PTB), de Franca. Os dois irão marcar uma reunião envolvendo lideranças políticas da região nesse movimento pedindo que as ligações voltem a ser atendidas por policiais da cidade. “Vamos discutir isso com o comando da PM e a Secretaria de Estado da Segurança Pública”, frisa Farias.

O disque 190 é o telefone de emergência da PM. Na prática, a ligação é feita para comunicar ocorrências ou para denunciar crimes. O objetivo foi direcionar tudo para o Comando de Policiamento do Interior (CPI-3), unidade em Ribeirão Preto, que administra pouco mais de 90 cidades, entre elas, todas sob a supervisão do 13º Batalhão de Polícia Militar do Interior, em Araraquara. O telefonema é triado e, depois, repassado a cidade interessada. O problema é que pontos comuns viram algo desconhecido para quem nunca visitou o município.

A jornalista Fernanda Miranda enfrentou esse problema há quatro meses. Ela estava no Centro, próximo ao prédio da Câmara, quando desconfiou de dois homens próximos ao seu carro. Ligou para o 190, mas o atendente queria o número exato do prédio do Legislativo. “Eu não sei o número, mas é um prédio que todo mundo conhece”, diz Fernanda que enfrentou ainda um segundo caso quando pediu auxilio porque temia um homem na sua rua. O policial do outro lado da linha não entendeu o pedido e nada foi feito.

Para os vereadores João Farias, de Araraquara, e Pastor Otávio, de Franca, o momento de uma ligação de emergência já é tenso e esse atendimento mais complicado deixa a pessoa desesperada, além de causar transtornos. O também jornalista Willian Oliveira teve de responder quase 50 perguntas para que o atendente entendesse um endereço próximo ao Shopping Jaraguá.

Em janeiro, durante uma inauguração sobre o tema, em Campinas, o secretário de Estado de Segurança Pública, Fernando Grella, disse que “o sistema melhora o planejamento e o controle das solicitações, além de ter o trabalho apenas de PMs capacitados para a função.”

Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar, disse que, desde o ano passado, o Copom de Ribeirão Preto já recebeu 7,3 mil ligações de 36 cidades da região de Ribeirão Preto. “Salienta-se dizer que a centralização é apenas do serviço de 190, sendo que o despacho para as viaturas são feitos de forma local, ou seja, em cada cidade.” De acordo com a PM, os atendimentos são feitos por policiais de forma aleatória não havendo uma cabine por região buscando um serviço padronizado.

Ainda, segundo a Polícia Militar, a busca de informações qualitativas são importantes para que a viatura seja deslocada para o local da ocorrência ou nas imediações com toda segurança. “Colocamos os nossos serviços à disposição de todos os vereadores da Câmara Municipal de Araraquara para conhecerem como funciona todo o sistema, para dirimir quaisquer dúvidas, pois todas as regiões do Estado de São Paulo possuem o serviço de atendimento de emergência 190, de forma centralizada.”




Publicado em: 17/02/2014 19:11:10