Seis mortes em quase dois anos. Essas pessoas não se conheciam e a única relação aparente entre todas elas é que por um motivo ou outro cada uma buscou ou recebeu atendimento em uma das duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Araraquara. A suspeita de que essas mortes possam estar ligadas a uma deficiência no atendimento fez com que a vereadora Gabriela Palombo (PT) protocolasse, na sexta-feira (29), um pedido para que esses fatos sejam apurados pela Comissão Permanente de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social da Câmara e também pelo Ministério Público do Estado. Os casos suspeitos foram relacionados pela parlamentar. O primeiro foi em janeiro do ano passado: uma mulher de 88 anos caiu da cama e procurou atendimento na UPA da Vila Xavier. Ela foi medicada e teve alta, mas em casa as dores continuaram e acabou morrendo com traumatismo craniano. Houve ainda outro caso no ano passado de um rapaz diagnosticado com fraqueza, quando, na verdade, estava com um acidente vascular cerebral (AVC). Mais quatro casos de mortes suspeitas e um de possível negligência foram listados no relatório enviado à Comissão da Câmara e ao MP. Entre as vítimas que buscaram atendimento está uma menina de dez anos. Ela foi atendida na UPA Central e foi liberada, mas acabou morrendo. “Houve ainda casos estranhos como de uma mulher declarada como morta quando estava viva”, lembra a vereadora citando o caso da senhora de cinquenta anos, em julho. Para Gabriela Palombo, Araraquara está vivendo uma situação grave na saúde. “Temos registros de mortes desde a inauguração das UPAs e os relatos de familiares de que tais ocorrências são em razão de problemas no atendimento ou diagnóstico, ou seja, omissão de socorro ou negligência. É dever desta Casa de Leis buscar esclarecer o que realmente aconteceu e reivindicar do Poder Executivo a instauração de uma sindicância.”
Publicado em: 02/12/2013 10:30:49