“Políticas Públicas para Inclusão Socioeconômica no Século XXI: O Papel da Economia Social e Solidária” foi o tema do segundo dia do Ciclo de Palestras Luzes para o Amanhã. Realizado na quarta-feira (14), o evento aconteceu no Plenário da Câmara Municipal. O professor de Economia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Leandro Pereira Morais, ministrou a palestra, destacando o contexto econômico atual, o conceito de Economia Social e Solidária e exemplos práticos pelo mundo, Brasil e Araraquara. “Nosso contexto é paradoxal, pois temos diversos avanços materiais enquanto acompanhamos o aumento da desigualdade social, inclusive em países desenvolvidos. O último relatório sobre pobreza feito pelo Banco Mundial, em 2019, indica que 3,4 bilhões lutam para satisfazer suas necessidades básicas. De acordo com a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura], 1,5 bilhões de pessoas, em um universo de 7 bilhões, passam fome. Até que ponto esse avanço consegue lidar com os problemas do nosso tempo?”, questionou Morais. Segundo o especialista, a Economia Social e Solidária é uma alternativa de modelo para combater a desigualdade de forma sustentável. “Cada país, de acordo com sua história, tem uma definição específica. Porém, podemos delimitar os empreendimentos solidários a partir de alguns princípios operativos.” Para Morais, a Economia Social Solidária caracteriza-se por formas específicas de organização, podendo ser cooperativas, associações não governamentais, fundações e empresas sociais, por exemplo. “Esses tipos de organizações contam com participação voluntária, reciprocidade, solidariedade, consumo consciente, empoderamento da comunidade e outros.” O professor reforçou também a importância de criar políticas públicas para incentivar esses tipos de empreendimentos, a partir de uma política de Estado, e em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). “Não podemos ver a Economia Social Solidária como assistencialismo, alguns países desenvolvidos optam por esse modelo como estilo de vida sustentável. No Japão, uma em cada três pessoas estão empregadas em cooperativa”, afirmou Morais.
O palestrante apresentou algumas informações sobre Araraquara nesse contexto, destacando que o município tem um Conselho Municipal de Economia Solidária, o Orçamento Participativo também vai ao encontro desse modelo, e o Núcleo de Extensão e Pesquisa em Economia Solidária, Criativa e Cidadania (Nepesc) da Unesp/FCLAr está mapeando os empreendimentos na cidade. “Em breve, divulgaremos o resultado dessa pesquisa.” Após a exposição, os participantes puderam interagir, fazendo perguntas e expressando opiniões. Compuseram a mesa de abertura do evento a presidente do Centro Acadêmico de Administração Pública (Caap), Júlia Giansante, e a coordenadora Executiva da Escola de Governo do Município de Araraquara, Marina Ribeiro da Silva. Com emissão de certificados aos inscritos, os eventos são abertos ao público em geral, mas têm como público-alvo políticos, funcionários públicos municipais, militantes de conselhos e dos movimentos sociais e estudantes de Administração Pública e áreas correlatas.
Luzes para o Amanhã
O ciclo de palestras é resultado de uma parceria entre a Escola de Governo do Município de Araraquara (EGMA), a Escola do Legislativo (EL) da Câmara Municipal de Araraquara e o Centro Acadêmico de Administração Pública (CAAP) “Murilo Rosendo da Silva”. O projeto consiste na gravação e disponibilização das palestras dos especialistas convidados, em videoteca (física e virtual) da Escola de Governo do Município de Araraquara. Dentro da programação, serão abordados temas atuais, que impactam a vida coletiva, a governabilidade e a governança pública.
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Publicado em: 15/08/2019 15:25:17