Em documento encaminhado recentemente à Prefeitura, o vereador João Clemente (PSDB) pede a realização de estudos e análises sobre a criação da Plataforma Municipal de Incentivo à Redução de Perdas e Desperdício de Alimentos – no setor público e privado e na rota de alimentos – Agricultura, Comércio e Serviços, Logística, Indústria e Consumo Final, ou que seja agregada às políticas públicas municipais existentes em Araraquara.

O parlamentar destaca que o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados publicou “Perdas e Desperdício de Alimentos: Estratégias para Redução”, nos quais cuida, dentre outros assuntos, de metodologias de medição de perdas e desperdício de alimentos; ações globais e experiências internacionais na prevenção e redução de perdas e desperdícios de alimentos; perdas e desperdício no pós-colheita de frutas e hortaliças; perdas de grãos por conta da infraestrutura; a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e os Bancos de Alimentos; e pertencimento da sociedade civil no combate a perdas e desperdício de alimentos.

“O engajamento de organizações da sociedade civil em campanhas e movimentos em prol da redução de perdas e desperdício de alimentos tem aumentado significativamente nas últimas décadas. No Brasil, o Mesa Brasil Sesc (MBS) atua na coleta e distribuição de alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização, ainda próprios ao consumo humano, e em ações educativas, que contribuem para a mobilização, a solidariedade, o desenvolvimento comunitário e a autonomia de indivíduos e entidades sociais”, coloca Clemente, enfatizando que o MBS constituiu uma rede de banco de alimentos integrada por 92 unidades operacionais, distribuídas por todos os estados do território nacional, sendo 29 nas capitais e 63 nas principais cidades do interior, abrangendo, atualmente, cerca de 500 municípios do país.

O vereador completa que, “ao lado dos bancos de alimentos, caracterizados pelo recolhimento, seleção e estocagem de gêneros alimentícios que são buscados pelas entidades sociais cadastradas, o Mesa Brasil Sesc desenvolveu procedimentos de recolhimento e imediata distribuição dos gêneros a tais organizações, a chamada colheita urbana”.

A colheita urbana caracteriza-se por ser ágil e demandar menos recursos para implantação e manutenção, uma vez que nela não se estocam alimentos – a entrega das doações é feita de forma imediata, com base em roteiros predeterminados de coleta e destinação dos gêneros, de modo a tornar a relação cotidiana com o doador um componente da logística de operação. “Outra iniciativa, a Save Food, lançada no Brasil em 2016, integra o esforço internacional para a redução de perdas e desperdício de alimentos, conforme Alcione Silva. Seu objetivo é formar uma rede nacional de especialistas dos setores público e privado para trabalhar em colaboração e executar projetos ao mesmo tempo em que conscientiza a sociedade civil sobre sua atuação”, finaliza o parlamentar.

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