Para prevenir casos de gravidez na infância e adolescência, a vereadora Fabi Virgílio (PT) propõe que a rede municipal de saúde estude a possibilidade de inclusão de um novo método contraceptivo: o Implanon.
Por meio de indicação à Prefeitura, Fabi explicou que o pedido “busca proporcionar mais uma medida protetiva segura, reversível e que possa estar acessível às adolescentes e mulheres em vulnerabilidade social da nossa rede pública de saúde”.
O Implanon é um método contraceptivo de longa duração, podendo permanecer no corpo por até três anos. Com a forma de um bastão de silicone bem pequeno (semelhante a um palito de fósforo), o implante subcutâneo é inserido na parte interna do braço não dominante, ou seja, aquele que não é usado para escrever. Antes da aplicação, a pessoa receptora recebe uma anestesia local para que o procedimento seja tranquilo e sem dor.
Depois de inserido, o implante passa a liberar um hormônio chamado etonogestrel, que impede a liberação dos óvulos e engrossa o muco inferior do corpo, impedindo a chegada dos espermatozoides e, dessa forma, evitando a gravidez.
Na indicação, a vereadora informa que a Prefeitura de Guarujá inseriu o método em sua rede e, em pouco mais de cinco anos, houve uma redução de 40% nos casos de gravidez na adolescência.
Casos em Araraquara
A situação da gravidez na infância e adolescência em Araraquara foi questionada por Fabi Virgílio em requerimento à Prefeitura. Na resposta, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria Executiva de Atenção Básica, revelou que neste momento acompanha os casos de 11 gestantes entre 10 e 14 anos e 206 gestantes de 15 a 19 anos, totalizando 217 crianças e adolescentes grávidas.
A unidade de saúde do Valle Verde lidera os registros, com 31 grávidas atendidas, seguida das unidades do Parque São Paulo (14), do Jardim Indaiá (13), do Parque das Hortências (12), do Selmi Dei (11), do Victório de Santi (11) e do Vale do Sol (11). A lista completa está na resposta da Prefeitura.
“O maior número de gestações é em territórios com alta vulnerabilidade social. Portanto, esse novo método no município poderá auxiliar a reduzir o número de meninas e adolescentes grávidas”, destaca Fabi.
Segundo dados do Ministério da Saúde, apresentados na indicação da parlamentar, 66% das gestações entre adolescentes são indesejadas, indicando que as condições para que isso aconteça são falta de informação, falta de apoio das redes familiares e comunitárias, entre outras. A gravidez precoce aumenta o risco de morte materna e infantil, bem como o risco de parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia e depressão pós-parto.
A Prefeitura informou que a Coordenadoria de Atenção Básica, principal porta de entrada ao Sistema Único de Saúde (SUS), “prevê a prevenção e acompanhamento da gravidez na adolescência, bem como a captação precoce de gestantes nos territórios, utilizando-se de ferramentas presentes na rotina de atendimento das unidades básicas de saúde do município”.
Essas ferramentas incluem “protocolos de atendimento, realização de busca ativa, ações educativas, acompanhamento dos munícipes no âmbito da Atenção Básica, entre outras ações”, finaliza a Secretaria de Saúde.
Publicado em: 05/09/2023 11:38:16
Publicado por: Foto: Prefeitura de Guarujá