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Após o vazamento de áudios de teor misógino atribuídos ao deputado Arthur do Val - “Mamãe Falei” (sem partido) em relação a mulheres ucranianas, a bancada feminista da Câmara Municipal de Araraquara, composta por Filipa Brunelli (PT), Fabi Virgílio (PT), Luna Meyer (PDT) e Thainara Faria (PT), juntamente com o coletivo da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, e os vereadores Guilherme Bianco (PCdoB) e Rafael de Angeli (PSDB), enviaram à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e outros órgãos governamentais, Moção de Repúdio às falas do deputado.
Os parlamentares afirmaram que o deputado estadual, sob pretexto de ajuda humanitária aos refugiados ucranianos, durante o exercício de sua função e sem afastamento declarado da Alesp, realizou viagem à Ucrânia e proferiu “falas misóginas, machistas, desumanas e ultrajantes” sobre as mulheres do país.
“O desrespeito foi com todas as mulheres, uma vez que ele reduziu todas, inclusive negras e pardas, à aparência, colocando loiras e nórdicas em um alto patamar de objetificação”, destacaram. Nos áudios transcritos, também é dito que as ucranianas “são fáceis porque são pobres”.
Os vereadores argumentaram que nas falas há também um incentivo implícito ao turismo sexual no leste europeu, região conhecida por essa prática e que apresenta alta incidência de tráfico de mulheres. “Há uma completa falta de decoro, ética e diplomacia e notório posicionamento machista, totalmente incompatíveis com o cargo de parlamentar no exercício de sua função, em território estrangeiro. Foi um desrespeito com o povo ucraniano, mas acima de tudo com as mulheres ucranianas, que vivem um dos momentos de maior vulnerabilidade de suas vidas, buscando refúgio em países vizinhos.”
Por tudo que foi exposto, os parlamentares enviaram o documento, manifestando “completo repúdio” ao deputado estadual e requerendo que seja dada ciência da Moção de Repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas); à Comissão de Ética da Alesp; ao diretório nacional do Podemos; e à Embaixada Ucraniana no Brasil, para que as devidas providências sejam tomadas diante da postura do referido deputado.
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