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Essa foi a frase que ecoou das vozes das dezenas de mulheres que ocupavam a Biblioteca Mário de Andrade na sexta-feira (25). O grito de resistência foi proferido logo após a entrega dos certificados de formatura da 2ª Turma de Promotoras Legais Populares (PLPs) de Araraquara, curso que visa ao empoderamento feminino a partir da capacitação jurídica. Em sua segunda edição, a iniciativa, que é uma parceria realizada entre Defensoria Pública Estadual, Centro Municipal de Referência da Mulher, Coletivo Bennu e Universidade de Araraquara (Uniara), carregou o nome e a memória de Camila Lourenço.
Feminicídio
Camila Lourenço foi morta a facadas pelo ex-companheiro em 9 de abril de 2018, em Araraquara. O crime brutal chocou a família e moradores da cidade, tornando evidente a necessidade do combate ao machismo e da discussão sobre a violação dos direitos das mulheres. Na contramão do feminicídio, a rede de PLPs tem como missão romper o silêncio da violência contra a mulher. Para a coordenadora do curso, Graziela Lima, a experiência foi sinônimo de superação, assim como a ave que dá nome ao coletivo organizador (bennu é uma ave legendária da mitologia egípcia identificada pelos gregos como fênix). “Todas nós morremos um pouco a cada situação de violência. No sábado, 4 de agosto (início do curso), renascemos na esperança de que a nossa união possa ser transformadora da nossa realidade”, reiterou.
Vivências e sororidade
Durante os sábados do segundo semestre de 2018, 41 aspirantes a PLPs aprenderam questões sobre mulheres, empoderamento, política, direito, saúde, enfretamento da violência e diversidades. De vivências diferentes, elas contribuíram com o aprendizado uma das outras. O resultado foi união, companheirismo e força para seguir a luta pela igualdade entre gêneros, o que ficou evidenciado no juramento da oradora Carla Rodrigues de Souza. “Juro praticar sororidade, buscando a união e o companheirismo das mulheres no enfrentamento contra o machismo, o racismo e todas as outras formas de violência. Na defesa de uma sociedade democrática e pluralista.”
PLPs
A atuação das PLPs se dá em atividades de orientação a outras mulheres que estão com seus direitos violados ou ameaçados; atuam também como multiplicadoras e se habilitam para lidar com situações de violência contra as mulheres, encaminhando ou acompanhando-as nas delegacias de polícia, no Instituto Médico Legal ou nos organismos de assistência jurídica ou de assistência social.
Superação
Uma das alunas da turma ganhou destaque, isso porque falar sobre feminicídio não foi tarefa fácil para ela. Isabel Lourenço, mãe de Camila Lourenço, foi também formanda na noite daquela sexta-feira. E a motivação para relembrar memórias tão doloridas, ela explica: “Resolvi em vez de me trancar dentro de casa, transformar o luto em luta. Quando perdemos alguém que amamos, a única que realmente deixamos é o corpo. O amor e o carinho não se apagam. E lutar pela vida de Camilas, Marias, Anas, Marielles é parte da luta pela memória da minha filha”, contou emocionada.
Legislativo em destaque
Na solenidade, estiveram também presentes a vereadora Thainara Faria (PT), o prefeito Edinho Silva (PT), o defensor público estadual Marcos Henrique Castro do Nascimento, a deputada estadual Márcia Lia (PT), a coordenadora do Centro de Referência da Mulher, Amanda Vizoná, e a coordenadora do Coletivo Bennu, Gisele Heloisa Barbosa. Para Thainara, foi uma honra participar da formatura. “Conhecer a história de cada uma dessas mulheres, que resistem às violações de direitos, quase que diárias, e que se dispõem a ajudar outras mulheres é muito bonito. Hoje é o dia de vocês, e eu gostaria de parabenizá-las pela dedicação, pelo comprometimento em transformar realidades. O meu mandato, que tem como pauta prioritária a luta pelos direitos das mulheres, está à disposição para seguirmos juntas no enfrentamento das violências de gênero”, concluiu a parlamentar.
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