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Encerrando as celebrações do Mês da Consciência Negra, foi realizado na quinta-feira (28), o curso “Desafios e Estratégias para Promover a Equidade Racial nas Organizações”, uma iniciativa da Escola do Legislativo (EL), em parceria com a Gerência de Gestão de Pessoal da Câmara Municipal de Araraquara.
Segundo a assistente técnica da EL, Priscila Carvalho, a atividade “destaca o compromisso da Escola do Legislativo em fomentar o conhecimento e promover a inclusão, oferecendo aos cidadãos e servidores ferramentas práticas e reflexivas para construir ambientes organizacionais mais justos e equitativos”.
O evento, que integrou a programação do “Fórum Municipal da Consciência Negra”, foi conduzida por Rose Tavares, administradora na empresa Pico Services DHO - Recrutamento e Desenvolvimento de Pessoal. Durante quatro horas, foram apresentados aos participantes diversos assuntos relacionados ao racismo, que promoveram reflexões e debates sobre situações cotidianas que ainda reforçam preconceitos, mas podem passar despercebidas pela maioria das pessoas.
“Hoje gente trouxe aqui informações sobre o racismo estrutural, mas ninguém fala sobre as expressões que são utilizadas, pois é difícil falar sobre questões subjetivas. Ainda há muito a ser feito na luta conta a discriminação de pessoas pretas”, afirmou a palestrante.
A importância do Dia da Consciência Negra para a sociedade foi o destaque inicial, resgatando o histórico da data comemorativa criada oficialmente por Lei Federal apenas em 2011, em referência à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.
Em seguida, o conteúdo foi apresentado em módulos, que envolveram conceitos de raça e etnia, racismo estrutural, contextos temporais, ações afirmativas, políticas públicas, expressões linguísticas, entre outros.
Termos e conceitos de identidade racial
As definições de raça e etnia, usadas muitas vezes de forma equivocada pela população, também foram comentados pela palestrante, apontando que o primeiro termo costuma se basear somente em características físicas para categorizar os grupos humanos, quando as diferenças genéticas são insignificantes.
A questão de etnia, no entanto, está ligada aos elementos culturais, históricos e sociais que formam a identidade de um grupo, o que permite a um indivíduo se identificar com uma determinada etnia, mesmo sem apresentar os mesmos atributos físicos daquela comunidade. Também foi abordada a complexidade no uso dos termos preto e negro, que vai além de uma simples classificação de cor.
Racismo estrutural e o mercado de trabalho
Nesta parte, o público conheceu o conceito de racismo estrutural, explicado de modo prático por meio do vídeo “Entenda o que é o racismo estrutural”, do Canal Preto. No filme foram abordados alguns temas, como, o racismo na estrutura social, impactos nas oportunidades de vida, desigualdades e privilégios, além da importância da conscientização e ação da sociedade.
A palestrante traçou uma linha do tempo mostrando a presença do racismo estrutural desde o Brasil Colônia até os dias atuais. Foram destacadas as origens históricas das desigualdades raciais, transformações e efeitos sentidos até o momento presente, sendo percebidas quando falamos em educação, saúde, acesso ao mercado de trabalho e pagamento de salários.
Políticas públicas e privadas e ações afirmativas
Aqui a palestrante citou o histórico das ações afirmativas no Brasil, iniciadas, ainda de forma embrionária, na década de 1950, e intensificadas em meados de 1980. Rose também lembrou o papel essencial e transformador do setor público no combate às desigualdades sociais, salientando a importância da Resolução nº 514/2023, proposta pela Câmara Municipal de Araraquara, e que criou o “Fórum Municipal da Consciência Negra”.
Outras ações foram mencionadas, como as legislações que criaram o Estatuto da Igualdade Racial, Cotas para o Ensino Superior, Política Nacional de Saúde Integral da População Negra e Cotas Raciais em Concursos Públicos. Ao final desse módulo, foram apresentadas ações afirmativas existentes em outros estados brasileiros, promovidas pela iniciativa pública e privada.
Responsabilidade no combate ao racismo e expressões linguísticas racistas
Encerrando o conteúdo programático, foi exibido o curta-metragem "Dúdú e o Lápis Cor da Pele", que mostra um garoto de sete anos em crise de identidade, após a professora de Educação Artística pedir para que ele usasse um lápis bege, “cor da pele”, na pintura de um desenho. Ao final do vídeo, o público foi convidado a pensar em outras expressões racistas usadas no dia a dia, muitas vezes sem a intenção de ofender, mas carregadas de conotações pejorativas e discriminatórias.
Os participantes ainda foram incentivados a compreender, questionar e transformar atitudes que, repetidas ao longo de anos, se tornaram ferramentas de propagação do racismo e discriminação na sociedade. A responsabilidade do Legislativo em todo o processo também foi lembrada pelas iniciativas criadas ao longo dos anos para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
A atividade gratuita aconteceu em formato híbrido (presencial e online), tendo como participantes, principalmente, servidores públicos e pessoas da comunidade. “No curso foi falado sobre racismo estrutural e a gente, sem perceber, comete isso no dia a dia e acaba afastando as pessoas, que não se sentem incluídas de fato na organização”, declarou Tatiane Mitleton Borges Ramos, analista em Gestão de Pessoas.
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