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Encontro de mulheres de assentamento rural revela violência contra a mulher do campo

Vereador Edio Lopes (PT) pede que Lei Maria da Penha seja mais respeitada até pelos integrantes da segurança pública

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A violência contra a mulher acontece com mais intensidade quando se trata da mulher do campo, em especial contra as assentadas rurais. O tema foi abordado no encontro “O que é ser uma mulher do campo”, num encontro das mulheres do Assentamento Bela Vista do Chibarro, na manhã da sexta-feira, dia 31, dentro da programação do Dia Internacional da Mulher. O diálogo começou com a apresentação de alguns dados sobre a situação da mulher no Brasil, em especial a mulher que vive no campo, já que o Brasil é o país que apresenta o maior índice de agressão contra as camponesas. Apenas 10% dos casos são notificados, o que dificulta o atendimento.

 

O vereador Edio Lopes, que representou a Câmara Municipal, apontou a necessidade de fortalecer a luta pelos direitos das mulheres do campo e um efetivo cumprimento da lei Maria da Penha que, segundo compreende, precisa ser mais respeitada, inclusive pelos próprios integrantes dos serviços de segurança publica. Opinião compartilhada pelas mulheres ali presentes.

 

Protocolo de Atendimento à Mulher

A informação de que a cada 7 minutos uma mulher é agredida no Brasil causou perplexidade entre as mulheres presentes. Os dados foram apresentados por Amanda Vizoná, Coordenadora de Políticas Públicas para a Mulher de Araraquara. Ela ainda falou sobre o abrigo para mulheres vítimas de violência, como medida protetiva e detalhou o funcionamento da Rede de Atendimento à Mulher com Violência e seu protocolo. Todos os passos, desde o acolhimento até a reintegração da mulher na sociedade, foram demonstrados na conversa. Sair do ciclo de violência em que essas mulheres vivem é o maior dos desafios, pois elas se sentem sem condições de se manterem sem o companheiro, ainda que ele seja seu agressor.

 

Além dos dados, a conversa levantou à necessidade da prática de algumas de ações, que as mulheres apontaram como necessárias. Exemplo disso é o pedido para que o Centro de Referência da Mulher faça conversas regulares com as assentadas rurais, para dar orientações e prestar atendimento. Além disso, as questões de promoção da Igualdade Racial e o sobre a Igualdade de Gênero, também sejam levadas para discussões no assentamento, que também tem problemas de enfrentamento com ambos os coletivos sociais. Silvani Silva, Coordenadora de Agricultura da Prefeitura, falou que as pessoas se sentem acolhidas quando participam de discussões sobre suas questões.

 

Reforma da Previdência não respeita a realidade do campo

A perspectiva mais difícil para a manutenção das políticas públicas vem do fato de o governo federal ter cortado 70% dos recursos, obrigando o município a arcar praticamente com todo o seu custo. A conversa foi muito ampliada e chegou a tratar da posse compartilhada do lote, o associativismo, geração de trabalho e renda, operacionalização da cooperativa, produção e transporte dos produtos para venda na cidade. Outro assunto debatido foi sobre a proposta de reforma da previdência, que iguala as regras para moradores do campo com os trabalhadores da área urbana. As mulheres reagiram ao afirmar que no campo o trabalho começa aos dez anos de idade e que a realidade cotidiana começa as quatro ou cinco horas da manhã para tirar leite. Eles pretendem realizar uma manifestação para chamar a atenção da sociedade para suas condições.

 

Participaram ainda da conversa o coordenador de Políticas de Igualdade Racial da Prefeitura, Luiz Fernando, o coordenador de Políticas LGBT, Felipe Brunelli, e Edna Andrade, da Associação de Mulheres da Agricultura Familiar da Luta Camponesa do Assentamento Bela Vista.


Publicado em: 31 de março de 2017

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Categoria: Câmara

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