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Há cerca de duas semanas, o vereador Elias Chediek (MDB) esteve na Vila Esperança a pedido de moradores. “Eles se queixavam de um mau cheiro intenso que invade as casas, principalmente no final da tarde, por volta das 18 horas”, relata. O próprio parlamentar sentiu um odor desagradável nas proximidades de uma das casas. “Vinha claramente de uma boca de lobo na frente da casa, e remetia a esgoto. Porém, o morador garantiu que o motivo da reclamação era um odor diferente e que os vizinhos desconfiavam que vinha da fábrica da Nestlé, que fica nas proximidades.” Chediek então procurou a empresa para pedir esclarecimentos.
Em resposta, a Nestlé convidou o vereador a visitar a unidade e conhecer pessoalmente os processos de fabricação de produtos e eliminação de resíduos. Chediek foi recebido pelo gerente da fábrica de Araraquara, Robison Mourão, acompanhado pelas analistas de Meio Ambiente Daniela Adorno e Ana Carolina Correa, pela coordenadora de Assuntos Institucionais e Relações Governamentais da Nestlé Brasil, Noelle Rocha, e pela coordenadora de Legal e Compliance da Nestlé Brasil, Vanessa Carrieri. “Temos vários projetos de consumo sustentável e gerenciamento de recursos naturais. Estabelecemos metas de sustentabilidade nas fábricas do estado de São Paulo, que resultaram em 22% de redução da água captada, com reutilização de água de leite em Araçatuba e Araraquara, 29% de redução de emissões de gases de efeito estufa e zero resíduos destinados para aterro, com parceria com o Cempre [Compromisso Empresarial para Reciclagem] e o projeto ‘Reciclar pelo Brasil’”, explica Noelle. Mourão acrescenta que a fábrica de Araraquara adere a todos os padrões de sustentabilidade e uso racional de recursos naturais da empresa. “Fizemos, inclusive, investimento em um equipamento no-break, que retifica oscilações de energia, o que também economiza energia. Além disso, fazemos a recuperação da água utilizada na produção e nossos resíduos são destinados a coleta seletiva, compostagem, produção energética e cimenteira.” O gerente apresentou ao vereador o sistema de tratamento de resíduos da fábrica. “Nossa estrutura é superdimensionada. Temos capacidade para tratar mais que o dobro do que é produzido hoje”, aponta. Na estação de tratamento de efluentes, há um tanque que recebe a água com resíduos, a célula de equilíbrio, ou seja, um tanque de reserva (para que, em caso de incidentes, a água não tratada fique armazenada, sem ir para o rio), seis células de aeração e um clarificador. Nos tanques, é utilizado um sequestrante de odores, para evitar que cheiros desagradáveis sejam liberados no ar. “Evidentemente, o mau cheiro não pode estar vindo daqui”, observa Chediek no local. “Precisamos investigar melhor para compreender qual é o problema que está incomodando os moradores.”
O gerente afirma que “a fábrica está estável há dois anos. Nosso tratamento funciona muito bem e é totalmente aeróbio, por isso não produz odores. Além disso, há cerca de dez anos, a estação só recebe resíduos de leite, açúcar e de limpeza das tubulações da fábrica. Os banheiros estão ligados à rede de esgotos do Daae [Departamento Autônomo de Água e Esgotos]”. Este ano, outras queixas de moradores motivaram as analistas de Meio Ambiente a conduzirem estudos no entorno da fábrica. Em um dos casos, o mato alto no terreno escondia um bueiro com vazamento; o problema foi resolvido pelo Daae após a limpeza. Em outro caso, o forte odor de esgoto vinha de uma casa de bombas. A empresa abriu um chamado na autarquia para buscar uma solução. “Pelo que pude constatar, a fábrica realmente não está produzindo odores”, diz Chediek. “A empresa, inclusive, se mostrou positiva à possibilidade de trazer os moradores que se queixaram aqui para conhecerem as instalações e seu sistema de tratamento. De qualquer forma, entrarei em contato com o Daae, para investigar a origem do cheiro de esgoto, porque não se pode descartar a possibilidade de haver alguma descarga irregular em algum lugar no bairro. Também é preciso averiguar a origem do mau cheiro que as pessoas sentem no fim da tarde”, conclui.
A Nestlé em Araraquara
A empresa multinacional está no Brasil desde 1921, tendo se instalado em Araraquara em 1946, fabricando Leite Moça. Atualmente, produz diversos produtos da linha láctea, com destaque para leite UHT. A produção da fábrica é exportada para dez países (Trinidad e Tobago, Haiti, Granada, Nova Zelândia, Peru, EUA, Colômbia, Chile, Argentina e Paraguai). Atualmente, gera 300 empregos diretos e mais de 1.500 empregos indiretos – é um dos principais compradores de leite dos produtores da região, utilizando de 500 a 600 mil litros por dia. A destinação dos resíduos da produção é dividida da seguinte forma: 84% para compostagem, 15% para reciclagem, 0,95% para coprocessamento e 0,05% para rerrefino.
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