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No Mês da Consciência Negra, a Câmara Municipal de Araraquara realizou a entrega do 15º Prêmio Zumbi dos Palmares, na noite de segunda-feira (18). A campanha que neste ano teve como lema “Resistir é Preciso”, homenageou a professora, artista e militante pela saúde do povo negro, Maria Aparecida Alves.
Os trabalhos foram conduzidos pelo vice-presidente da Casa de Leis, vereador Edio Lopes (PT), que ressaltou a importância da homenagem. “Desde 2004, a Câmara, por meio de um decreto legislativo, concede o prêmio Zumbi do Palmares, que é extremamente importante para reconhecer o trabalho dos negros no município.”
A indicação da homenageada foi feita pelo Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir). A presidente, Rita de Cássia Ferreira, falou sobre a escolha. “Neste momento em que a educação é tão discutida, ter uma professora como homenageada é um grande marco. Ela também tem uma história de luta pelas mulheres negras, pelo movimento negro e pela educação. Não apenas o histórico, mas até hoje a professora Maria Aparecida é uma militante, está em sala de aula, ela participa do Comcedir, do Conselho das Mulheres, e o Prêmio Zumbi coroa toda essa participação.”
O reconhecimento da história do povo negro foi e tem sido uma das lutas enquanto professora. Para Alessandra de Cássia Laurindo, vice-presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, a educadora tem contribuído para que a história dos afro-brasileiros ganhe destaque nas lousas das escolas. “Ela mostra para os seus alunos a verdadeira história, a que deve ser contada em sala de aula, diferentemente daquela eurocentrista.” Alessandra ainda destacou que, apesar da obrigatoriedade da Lei nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, muitos professores não cumprem com a obrigatoriedade.
O trabalho pela saúde da mulher e do homem negro realizado pela homenageada também foi lembrado como importantíssimo. “A saúde da população negra tem uma série de especificidades, não só a questão da anemia falciforme, mas a pressão alta, o mioma uterino, e o câncer de próstata. A professora Maria sempre militou nessa causa, incentivando que os homens fossem se cuidar, falando para as mulheres da importância de cuidar de si mesma e não só da casa”, destacou Rita.
Emocionada, a homenageada agradeceu a presença dos amigos e familiares e lembrou da dificuldade da luta contra a anemia falciforme. “Eu lutei muito para que essa doença e seu tratamento fossem reconhecidos, e quando isso aconteceu agradeci pela justiça ter sido feita”, frisou Maria Aparecida.
A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice - por isso, o nome falciforme - e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e, consequentemente, a oxigenação dos tecidos.
A homenagem ainda contou com uma apresentação do grupo Maracatu Sementes Crioulas, que fez referência a uma prática da homenageada: o batuque. Mas mesmo em clima de festa, a entrega do Prêmio não deixou de lado o compromisso com a justiça social e com a garantia dos direitos. “Depois de tanta luta, hoje temos mais médicos negros, dentistas e outros profissionais que conseguiram chegar lá, e isso contribui para que nossa população seja melhor representada”, finalizou.
Estiveram presentes no evento o vereador Paulo Landim (PT), vice-prefeito e secretário municipal do Trabalho e do Desenvolvimento Econômico, Damiano Neto (Progressistas), a deputada estadual Márcia Lia (PT), e o coordenador de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Luiz Fernando Costa de Andrade.
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