Notícias



'Não vivemos em aldeias e isso é ótimo', diz professor em Colóquio Rodolpho Telarolli



235


“Qual a contribuição que a antropologia pode ter nas questões urbanas. Não vivemos em aldeias e isso é ótimo porque preciso conviver.” Assim foi a palestra do professor de antropologia da USP de São Paulo, José Guilherme Cantor Magnani, que falou sobre “Cidade, etnografia e sociabilidade”, nesta sexta-feira à noite, no encerramento do Colóquio Rodolpho Telarolli”, na Chácara Sapucaia, em Araraquara.

Para o professor, que também coordena o Núcleo de Antropologia Urbana da USP, essa metodologia pode ser aplicada em Araraquara, uma cidade de médio porte, em que as pessoas têm seu circuito de lazer e trabalho. “Como lidar com essas relações todas dentro de uma cidade, esse é o desafio em meio a tanta diversidade.” Parte das relações estudadas pelo pesquisador estão em seu livro “Da periferia ao Centro – trajetórias da pesquisa em antropologia urbana”.

O Colóquio Rodolpho Telarolli” foi organizado pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Antropologia Contemporânea (Gepac) em parceria com a Escola do Legislativo de Araraquara, a Faculdade de Ciências e Letras, da Unesop, a Secretaria Municipal de Educação de Araraquara e a Chácara Sapucaia.

O objetivo do Colóquio foi homenagear o historiador araraquarense Rodolpho Telarolli, que faleceu em 2001 e que completaria 80 anos em 2013, além de resgatar a memória de Araraquara, sua formação e as condições históricas de surgimento. Rodolpho Telarolli se destacou por ser um pesquisador atento aos fatos históricos da cidade, responsável pela obtenção e pela conservação de importantes documentos do município.

O evento foi dividido em duas partes. À tarde, o jornalista Francisco de Assis Bergamin, falou sobre a experiência de escrever o livro “Máquina estranha que consumia água e carvão e cuspia fumaça: contribuições para a história da ferrovia em Araraquara”. “Para escrever usei diversos materiais ricos pesquisados pelo Rodolpho Telarolli que foi fundamental para me posicionar sobre os lugares que ele passou.”   Já o arqueólogo Robson Rodrigues, da Fundação Araporã, durante a fala sobre a “Presença e permanência das populações indígenas na região de Araraquara”, lembrou que a pesquisa de campo foi importante para descobrir quem habitou a cidade no passado. “Quando pensamos nas denominações indígenas pensamos no século dezoito, mas especificamente no ano de 1720, um marco para a região de Araraquara.”

Vladimir Bertapeli e Fábio do Espírito Santo Martins, mestrandos da Unesp, fecharam a mesa com a apresentação de um estudo sobre o termo "Araraquara".

À noite, foram apresentadas intervenções artísticas com alunos da Escola de Dança “Iracema Nogueira”. Na segunda mesa do dia, a mediadora foi a doutora Renata Medeiros Paoliello. O arquiteto e urbanista Francisco José Santoro, contou um pouco sobre a “Formação do espaço urbano em Araraquara”. “Muita coisa mudou com o tempo. As ruas, antigamente, tinham todo um charme e os pedestres tinham preferência. Hoje, não é mais assim”, conta Santoro citando que a única rua preservada é a Voluntários da Pátria, a rua cinco, enquanto mostrava uma foto da Rua São Bento, a três, cujas características eram semelhantes há ao menos cinco décadas.

 

Araraquara em fotos

A exposição fotográfica “Janelas do tempo e da memória” começou no dia 27 de outubro e terminou durante o evento. São fotos doadas por alunos da Faculdade de Ciências e Letras, da Unesp. As imagens foram digitalizadas com o objetivo de traçar a importância da preservação do patrimônio que se confunde com a preservação da memória da cidade. “As imagens retratam Araraquara da transformação e que há tempos ocupa os mesmos espaços suscitando o saudosismo dos moradores mais antigos”, diz a historiadora Tereza Telarolli.


Publicado em: 10 de novembro de 2013

Cadastre-se e receba notícias em seu email

Categoria: Câmara

Comentários

Adicione seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.


Outras Notícias

Fique por dentro

Agenda Cultural – 14/03

14 de março de 2025

Música Com carreira consolidada nacional e internacionalmente, Laylah Arruda, que também é fundadora do coletivo Feminine Hi-Fi, apresenta um repertório autoral com músicas históricas de sua carre...



Agenda Esportiva – 14/03

14 de março de 2025

Futebol No sábado (15), às 19 horas, na Fonte Luminosa, a Ferroviária recebe o Ituano pelo primeiro jogo das quartas de finais da Série A2 do Campeonato Paulista. A equipe grená terminou a primeir...



Trecho de via do Jardim Primavera precisa de renovação da sinalização horizontal

14 de março de 2025

Em indicação enviada à Prefeitura, o vereador Marcelinho (Progressistas) pede o serviço de repintura de toda a sinalização horizontal de trânsito na Avenida La Salle, no trecho em frente à Agência...



Link para denúncia de maus-tratos a animais é solicitado em documento

14 de março de 2025

A necessidade da criação de um link para denúncias de maus-tratos a animais no site da Prefeitura de Araraquara motivou o presidente da Câmara Municipal, vereador Rafael de Angeli (Republicanos), a...



Inscrições para a Sessão Cidadã estão abertas até o dia 31; veja como participar

14 de março de 2025

Estão abertas até o dia 31 deste mês as inscrições para a segunda Sessão Cidadã de 2025, agendada para o dia 3 de abril, às 15 horas, no Plenário da Câmara.   A Sessão Cidadã é uma iniciativa que...



Antigo galpão de loja de colchões ‘tira o sono’ de moradores do Quitandinha

14 de março de 2025

Um galpão desativado na Avenida Professor Francisco Degni tem sido motivo de preocupação de moradores vizinhos ao imóvel, no bairro Quitandinha, próximo ao Instituto de Química (IQ) da Unesp e ao S...





Esse site armazena dados (como cookies), o que permite que determinadas funcionalidades (como análises e personalização) funcionem apropriadamente. Clique aqui e saiba mais!