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Edna Martins*
Desde 2013 aprofundou-se a ideia e o debate sobre uma nova política. O que vemos é um grande consenso sobre a necessidade de mudança, mas não existe uma formulação sobre o que seria essa "nova política". Sabemos o que não queremos: corrupção, desmandos, descaso. Desde as manifestações de junho e julho de 2013 assistimos alguns ensaios de propostas de reforma política com sugestões de plebiscitos, alterações na engenharia institucional, mas até agora nada aconteceu. É certo que não será num passe de mágica que conseguiremos mudar e criar novas formas de conduzir e orientar a atividade política em nosso país. Alterar procedimentos e modificar padrões de comportamentos já institucionalizados requer implica reformular não só legislações, como também a organicidade dos partidos, a forma de condução das eleições, o padrão ético dos nossos políticos e também da sociedade. No limite, requer alterações nas instituições e também na cultura política do nosso país. Essa empreitada exige um trabalho cotidiano que esteja sempre alinhado às necessidades impostas pela realidade. Aliás, a política, como atividade prática do dia-a-dia não pode ter um discurso alheio às necessidades reais. E o que temos acompanhado são discursos que, em sua maioria, não conseguem se efetivar. Mas eles não se efetivam não é só por esperteza ou má fé. Em muitos casos o problema está nos limites jurídico-administrativos das propostas. Para ganhar eleições muitos parlamentares se esquecem do aspecto ético da prática política e apresentam propostas que são impossíveis de serem executadas. Este tipo de comportamento é possível porque ele se nutre do desconhecimento que a grande maioria da população tem sobre as leis e os procedimentos administrativos. Resgatar essa ética deve estar entre as prioridades dos partidos políticos e das demais instituições democráticas. O primeiro passo para isso é disseminar informações e formar melhor nossos cidadãos, pois conhecimento sobre a realidade da política exige mais dos políticos e empodera as pessoas. Existem muitas formas de difundir o conhecimento. A experiência do Parlamento Jovem desenvolvida pela Escola do Legislativo da Câmara Municipal, a qual tenho a honra de presidir, é uma excelente iniciativa na direção do empoderamento por meio do conhecimento político. O público do projeto são jovens que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental nas redes estaduais, municipais e particulares de ensino. E a boa notícia é que neste ano de 2015 dobraremos o alcance do projeto porque incluiremos também os alunos do 2º ano do Ensino Médio. Essa conquista foi possível porque tivemos muitas pessoas que acreditaram na potencialidade deste projeto. Além do apoio do Presidente da Câmara, o vereador Elias Chediek, contamos também com o total assentimento da diretora regional de ensino Maria José Serra Vicente Zaccaro e da secretária municipal de educação, Arary Ferreira Além disso, o Laboratório de Política e Governo (LabPol/Unesp), coordenado pelo Prof. Dr. Milton Lahuerta, cumpriu e continuará cumprindo o papel fundamental nesta parceria de levar para a sala de aula todo o conteúdo teórico e de qualidade sobre a Política. Experiências como esta mostram que é possível unir várias pessoas que, à frente de suas instituições, se insuflam do espírito republicano e driblam as dificuldades para trabalhar pelo bem comum da comunidade. Nosso objetivo comum é empoderar os jovens de forma a torná-los cidadãos protagonistas das mudanças que queremos para nossa cidade. Queremos que eles participem da política de maneira ativa, com conhecimento, e que sejam capazes de exigir medidas efetivas para enfrentar os problemas da realidade. Iniciativas como estas colaboram para a construção de uma nova prática política e são capazes de revolucionar o mundo em que vivemos.
* Edna Martins é vereadora pelo PV e vice-presidente da Câmara Municipal de Araraquara
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