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Arranjo de margaridas brancas com a frase “Solidariedade das Famílias Negras – Claudia Ferreira”, colocado nas escadarias da Câmara Municipal é a mostra do repúdio da comunidade negra araraquarense ao assassinato da mãe de família Cláudia da Silva Ferreira, na cidade do Rio de Janeiro. Casada, quatro filhos, ainda criava quatro sobrinhos, acordava de madrugada para trabalhar em um hospital no Rio e, no domingo, com seis reais nas mãos na busca de comprar o pão foi atingida por balas disparadas por policiais militares.
O assassinato de Claudia Ferreira repercutiu no Brasil, e no mundo. Em Araraquara integrantes da comunidade negra se mobilizaram na organização de ato de repúdio à forma de tratamento dispensado ao ser humano, em destaque o negro que vivencia desde sua migração forçada para este país, escravizado, processo de tortura e aniquilamento. Artista plástico e pesquisador da cultura negra em Araraquara, Luis Claudio Barcelos, disse no ato de colocação das flores na escadaria da Câmara ser uma forma das famílias negras araraquarenses se posicionarem face às agressões frequentes, denunciarem as agressões cobrando respeito e dignidade.
Para o jornalista Kiko Luiz, do Comcedir, não cabe somente o simples questionamento, a denúncia da ação militar que resultou na morte de Claudia, considera imperioso que se exija um basta, pois notadamente nas comunidades do Rio de Janeiro ações como estas acabam de forma trágica, e com a morte de inocentes. “E a tese de legítima defesa, a afirmativa da troca de tiros, a reação ante disparos efetuados pela outra parte, a informação que os policiais foram recebidos com tiros na comunidade é sempre levada em conta”, relata o profissional impressionado como todos aqueles mortos ousaram enfrentar a Polícia. “O sentimento que fica é que Claudia somos todos nós, que poderia ter acontecido com qualquer um de nossa comunidade, como já vem acontecendo. Essa atitude reflete um basta a toda essa barbárie que vem escandalizando com as famílias negras e um momento de dizer que cansamos de vivenciar esse sofrimento. Todos clamam por um mundo de igualdades, mas o que vemos é que infelizmente ainda estamos longe de alcançá-la. Acho de extrema importância marcar a data de hoje com um ato que simboliza tamanha perda para o Brasil”, disse Alessandra de Cassia Laurindo, do Centro Afro.
O ato realizado nas escadarias da Câmara contou com a presença dos vereadores, Farmacêutico Jeferson Yashuda (PSDB), vice-presidente da Câmara, Jair Martineli (PMDB - 2º secretário), integrantes das famílias negras e o apoio de militantes do movimento negro, Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”, e marcou também as atividades do 21 de março, Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. O assessor da Presidência, Carlos Alberto Amaral representou o presidente João Farias no ato. No dia 21 de março de 1960, na cidade Johanesburgo, África do Sul ocorreu um grande massacre. Naquela data sulafricanos negros protestaram contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação para poderem circular em seu próprio país. No Bairro Shaperville foram barrados por tropas do exército que atirou contra população desarmada, causando 69 mortes. Após muita pressão dos movimentos de luta contra o racismo do mundo inteiro, em 1976 a ONU instituiu o 21 de Março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. As flores após expostas nas escadarias serão levadas para o túmulo do Escravo Eduardo no Cemitério São Bento.
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