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O depoimento colhido pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Câmara Municipal de Araraquara indicando a cobrança de R$ 15 mil, pelo ex-coordenador municipal Ademir Palhares, para elaboração e aprovação de projeto em área doada a um empresário, segundo o presidente da CEI, o vereador Donizete Simioni (PT), deixa claro que existia um esquema de cobrança de propina, para que os projetos urbanos saíssem do papel. A CEI ainda vai ouvir cinco empresários na próxima quinta-feira.
“Tivemos um depoimento revelador do empresário que nos relatou uma questão muito grave. Visitamos 88 áreas para ter consistência das informações, até porque a CEI foi instaurada para investigar se houve vantagem ou cobrança de propina através de servidores do Executivo e essa evidência está clara. O que também é muito grave é que tudo isso estava instaurado dentro da Prefeitura na Secretaria de Desenvolvimento Urbano”, diz Simioni. Além disso, o cronograma ajudou. A próxima etapa dos depoimentos envolverá servidores da Secretaria de Desenvolvimento Urbano. E ela ganha força após a denúncia da segunda-feira do empresário Leônidas do Nascimento Costa, dono da Léo Fibras, que disse ter sido coagido pelo ex-coordenador de Desenvolvimento Urbano, Ademir Palhares, o Mimi. Ele teria sido forçado a pagar R$ 15 mil para elaborar e aprovar o projeto de construção no terreno de 2.669 metros quadrados que fora doado para sua empresa. A quantia não foi paga e, segundo o empresário, o projeto ficou parado. O dono da empresa só chegou até o ex-coordenador ao ser encaminhado pelo ex-vereador Ronaldo Napeloso e pelo seu ex-assessor Hélio Azevedo. Os dois e Ademir Palhares foram presos juntos na operação da Polícia Federal e Ministério Público no dia 6 de agosto. “Queremos transparência na apuração dos fatos neste, que é o maior escândalo da história política de Araraquara”, afirma o presidente da CEI que já considera a investigação produtiva. Já foram recuperadas 31 áreas com cerca de 160 metros quadrados. “Iremos propor uma mudança na legislação porque está clara a fragilidade nas doações de áreas sem qualquer critério técnico.”
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