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Com o objetivo de analisar e discutir os desafios colocados para a política, políticos e a sociedade partindo dos eventos de junho de 2013, e o próprio cenário político eleitoral, visualizando as eleições 2014, a Escola do Legislativo e o Laboratório de Política e Governo da Unesp realizaram na quinta-feira (7), a segunda mesa do Seminário Balanços e Cenários: cultura cívica e violência, na Biblioteca Pública Municipal “Mário de Andrade”. Atuaram como instituições de apoio: Uniara e Prefeitura Municipal.
A mesa redonda foi coordenada pelo professor Fernando Henrique Rugno da Silva, especialista em Direito e Processo Civil e coordenador de Cursos de Extensão do Núcleo de Educação à Distância (Uniara) e contou com a participação do professor do Departamento de Antropologia, Política e Filosofia da Unesp Araraquara, Milton Lahuerta, e o professor Pedro José Floriano Ribeiro, docente da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Ribeiro, coordenador da formação do Centro de Estudos de Partidos Políticos da UFSCar afirmou em sua participação que os vínculos entre partidos e eleitorado são frágeis, destacou problemas na representatividade, argumentando que as migrações partidárias colaboram para destruir a representação.
Também mencionou que os programas partidários, muitas vezes ininteligíveis, contribuem para a falta de legitimidade dos partidos e de credibilidade dos principais atores. Expôs ainda que a dificuldade de interação entre os diversos atores sociais impede que parte significativa das demandas da população chegue ao sistema político. O resultado disso é que a população não vê suas demandas sendo discutidas nas esferas decisórias.
Para o professor Pedro José Floriano Ribeiro, a democracia é o conflito institucionalizado. Nesse sentido, canalizar os conflitos por meio de regras é a única forma conhecida de se escapar da barbárie.
Coordenador do Laboratório de Política e Governo da Unesp, o professor Milton Lahuerta desenvolve pesquisas e tem trabalhos publicados sobre intelectuais e vida pública no Brasil e na América Latina, relações entre cultura política autoritária, senso comum e conhecimento especializado, disse – preocupado com a escalada da violência – que, ao contrário das palavras de ordem antes ditas, agora fica patente e determinante a busca da ação. E isso pode ser sentido nos diversos grupos que formam a sociedade brasileira. Considerou Lahuerta que a dimensão mais evidente da crise que vivencia a nação não é política, algo que pode ser rapidamente ajustado, negociado, mas sim uma crise na política, crise que resultou em violência nas ruas. Para o professor, têm emergido das manifestações interesses particulares e reivindicações diversas, as ruas nunca estiveram tão ocupadas de forma não publica. O cenário sinaliza para certo nível de endurecimento e de repressão.
Falou ainda o professor Lahuerta sobre a moralidade elástica, segundo ele, um exemplo disso é que o mesmo indivíduo que exige ética na política, muitas vezes, é aquele que tenta subornar o policial ou não respeita os direitos de seus empregados. O problema não é de mais liberdade, mas sim de regras universais a serem respeitadas por todos.
O Seminário contou com a presença dos vereadores Edna Martins (PV), Elias Chediek (PMDB) e Fernando Cesar Câmara (Galo), coordenador regional do Partido Verde.
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