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Com 2.200 atendimentos por quadrimestre, o Centro de Referência Ambulatorial de Saúde Mental Adulto (Crasma-A) tem sofrido com a falta de investimentos e materiais, conforme apurou o vereador Gerson da Farmácia (MDB), presidente da Comissão de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, durante visita à unidade na tarde de quinta-feira (18).
Existente no município desde 2000, o serviço funcionava como um braço do antigo Centro Regional de Referência de Araraquara (CRRA), mas em 20 de dezembro de 2008, foi inaugurado o prédio atual no Jardim Quitandinha, construído com finalidade específica e verba própria para funcionamento como ambulatório. O Centro conta com dois médicos psiquiatras, quatro psicólogos e dois terapeutas ocupacionais. Segundo os funcionários, há a possibilidade da chegada de mais um psiquiatra no início de maio, mas seriam necessários mais especialistas. A unidade está sem assistente social desde 2013. “O Crasma-A faz parte da Atenção Secundária (Especializada) em saúde, um nível curativo de atendimentos a casos de pequena, média e grande complexidades em regime ambulatorial, como neuroses, psicoses e transtornos de personalidade borderline estabilizados para seguimento ambulatorial", explicaram. Primeiro coordenador do Crasma-A, o psicólogo João Paulo do Prado Rodrigues destacou que, desde a fundação do espaço, Araraquara praticamente dobrou de tamanho, mas o serviço não teve uma ampliação. “Já tivemos quatro médicos psiquiatras, sendo que três deles possuíam horários duplos de atendimento e um apenas um horário, o que equivalia a sete horários médicos com 12 consultas cada, quantidade preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para médicos especialistas, totalizando 84 consultas por dia. Hoje contamos com apenas dois psiquiatras, portanto, um total de 24 consultas por dia”, relatou, informando que mais de 12 mil pessoas passaram pelo Centro ao longo desses 19 anos. Os profissionais explicaram que o controle é “eterno”. “Para boa parte dos pacientes não podemos dar alta. Temos que manter um acompanhamento”, detalharam. “A saúde básica não tem psicólogo nem terapeuta ocupacional”, completaram. Segundo eles, há apenas um psiquiatra dando assistência nas 39 unidades de saúde básica. “Antes eram sete.”
Falta de materiais
“Não tem nem um bebedouro para oferecer aos pacientes”, alertam os funcionários. E não é só isso. Nem todos os ventiladores funcionam. “Não fazem a troca, vão parando de funcionar, ainda mais nesse calor que eles ficam o dia todo ligados. Acabamos trazendo de casa.” Os servidores também ficam dias sem computador quando este para de funcionar. “Todo o nosso controle é feito por ele, atrasa tudo quando isso acontece.” O material para os terapeutas ocupacionais também é um problema.
Demanda
A lista de espera para atendimento é longa. “São 173 pessoas esperando atendimento de um médico que saiu e não foi reposto. Temos mais 310 cadastrados aguardando para serem chamados, outros na regulação, são quase 500 pessoas na espera”, afirmou a gestora do Crasma-A, Rebeca Gurgel. “Percebemos cada vez menos investimentos no Crasma-A, que é um ambulatório, não está na Raps [Rede de Atenção Psicossocial] e não é visto com a mesma importância que os Caps [Centros de Atenção Psicossocial]”, entende Rebeca. Ela explicou, ainda, que a triagem dos atendimentos leva tempo e demanda pessoal. “Atendemos muitos servidores da Prefeitura também.”
Mato alto
Outra necessidade urgente é a capinação, tanto internamente como no entorno da unidade. “Poderíamos utilizar melhor o espaço com uma limpeza. Realizamos várias atividades em grupo.” Além do mato alto, restos de construção ocupam o terreno. Para Gerson, essa questão precisa ser resolvida o mais breve possível. “Entraremos em contato com os setores competentes da Prefeitura para que o serviço seja realizado logo.”
Horta à vista
Por meio de um projeto, o Crasma-A ganhou materiais para a implantação de uma horta no fundo da unidade, mas desde agosto de 2018 os funcionários estão esperando. Eles entendem que cuidar das plantas seria uma atividade interessante para se trabalhar com os pacientes com doenças mentais. “Já recebemos boa parte do que precisamos, mas necessitamos de tábuas”, disse Rodrigues. Também estiveram no encontro a psicóloga Silvana Onofre e a terapeuta ocupacional Sílvia Mantoaneli.
Serviço Centro de Referência Ambulatorial de Saúde Mental Adulto (Crasma-A)
Endereço: Avenida Alfredo Coelho de Oliveira, nº 44, Quitandinha
Horário de atendimento: das 7 às 18 horas
Telefone: (16) 3322-9192
E-mail: crasmaa@araraquara.sp.gov.br
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