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Dentro da programação da Semana Municipal de Conscientização do Autismo e seus Espectros, o Plenarinho da Câmara recebeu a palestra “Vamos falar do autismo?”, na tarde da quinta-feira (5).
De iniciativa do vereador Roger Mendes (PP), o evento contou com a participação da presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Araraquara (Ampara), Karina Maia, e da gerente de Educação Especial do município, Cássia Maria Canato. Mendes abriu a conversa lembrando que “ainda estamos longe da forma que gostaríamos de incluir os autistas, pois ainda existem algumas barreiras, mas precisamos avançar, por isso, realizamos essa conscientização”. A assessora de Políticas para Pessoa com Deficiência, Elisa dos Santos Rodrigues, também falou da importância dessa divulgação. “O preconceito existe, mas as pessoas necessitam de mais informações. Precisamos multiplicar isso”, afirmou. Mãe de um autista, Karina fez uma palestra explicativa, destacando que “o autismo tem níveis, uma variedade muito grande, não segue um padrão. O que caracteriza o autismo é o comportamento”. Ela informou que 30% das crianças com síndrome de Down apresentam algumas características do autismo.
Segundo a presidente da Ampara, o transtorno afeta três áreas: interação social, comunicação verbal e não verbal, e comportamento (restritivo e repetitivo). Foi descrito pela primeira vez em 1943 pelo psiquiatra Leo Kanner, ao iniciar seu trabalho “Distúrbio Autístico do Contato Afetivo”. Ele observou que as crianças que estudava apresentava algumas características, muitas vezes associadas a um retardo mental, que criavam uma barreira ao relacionamento humano. Em 2013, a quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) foi publicada incluindo mudanças expressivas nos critérios de diagnósticos de autismo e adotando, finalmente, o termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) como categoria diagnóstica. A atual classificação compreende os níveis leve (1), moderado (2) e grave (3). Os novos critérios a serem usados no diagnóstico são: deficiências sociais e de comunicação; e interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos. De acordo com dados apresentados na palestra, 1% da população mundial tem TEA. No Brasil, são dois milhões de pessoas. O transtorno é mais frequente em meninos.
“O diagnóstico formal de autismo é muito difícil antes dos dois anos de idade, porém, um padrão de prejuízos distintos pode ser observado quanto à motricidade, comunicação, interação afetiva e social, desde as primeiras semanas de vida. O Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado, por lei, a adotar protocolo com padrões para a avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de idade”, explicou Karina, completando que “o diagnóstico precoce e a implantação correta dos tratamentos resultarão em significativa melhoria no desenvolvimento infantil e na qualidade de vida da criança e de seus familiares”. Em seguida, Cássia citou os objetivos da Educação Especial. “Na perspectiva da educação inclusiva, o objetivo da educação especial é integrar a proposta pedagógica da escola regular e promover o atendimento às necessidades educacionais dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, superdotação.” A gerente apresentou as legislações adotadas pela Secretaria Municipal de Educação, lembrando que “a questão da inclusão é recente, de 2009”. Sobre a identificação do aluno com TEA na rede municipal, disse que “quando os professores ou agentes educacionais identificam comportamentos ou atrasos compatíveis com hipótese de TEA, é preenchido um protocolo de desenvolvimento, conversado com a família e encaminhado à equipe de Educação Especial para realização de triagem”. A triagem é realizada por uma equipe composta por psicólogo, fonoaudiólogo e professores de educação especial. Quando confirmado, a criança é encaminhada para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), que acontece sempre no contraturno, sendo realizado por professor especializado, em salas de recursos multifuncionais, tendo como função complementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem.
Cássia também trouxe dados do aumento no número de crianças identificadas com TEA na rede de ensino municipal. Em 2015, eram apenas três. Em 2018, foram 11 registros. “Esse crescimento deve-se ao aumento das ferramentas para diagnóstico do transtorno e das matrículas de crianças nessas condições”, esclareceu. “Os principais desafios são dar continuidade às formações de professores e educadores, ampliar a capacitação de todos os funcionários da escola, melhorar parcerias com as famílias, equipes de saúde e assistência social, e trabalhar o convívio e respeito às diferenças nas escolas”, finalizou.
Estiveram presentes na palestra os vereadores Juliana Damus (PP) e Elias Chediek (MDB), a coordenadora executiva de Direitos Humanos, Maria Fernanda Luiz, o gerente de Reabilitação da Secretaria da Saúde, Luiz Armando Garlippe, o coordenador da Secretaria da Saúde, Edison Rodrigues Filho, a assessora de Políticas LGBT, Filipe Brunelli, além de representantes da União dos Deficientes Físicos de Araraquara (Udefa).
Para conhecer o trabalho da Ampara, basta entrar em contato pelo e-mail ampara2016@outlook.com.br.
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