Publicado por: Foto: Fundação Araporã - Rodrigo Petterson
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A partir de formação promovida pela Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Mulheres, presidida pela vereadora Fabi Virgílio (PT), com o tema “Mulheres indígenas e a herança ancestral nas cidades” e as participações da co-deputada Chirley Pankará e da socióloga Grasiela Lima (Fundação Araporã), surgiu a discussão da necessidade de realização de um mapeamento sobre os indígenas que vivem em Araraquara. O objetivo geral é conhecer essa realidade, dada a invisibilidade da presença indígena no município, através de um levantamento de dados oficiais em órgãos públicos e levando-se em consideração que a vida na cidade tem evidenciado grande vulnerabilidade social e cultural destes sujeitos.
Especialistas afirmam que as pesquisas sobre indígenas em contextos urbanos na atualidade têm priorizado a questão da migração e os deslocamentos espaciais desta população para as cidades, fenômeno causado pela invasão ou expulsão de suas terras, assim como pela busca de melhores condições de vida, educação e trabalho. A partir daí, os estudiosos mostram também que nos centros urbanos há uma dificuldade muito grande dos indígenas se identificarem como indígenas porque ainda há muito preconceito, discriminação e visões estereotipadas sobre os povos originários, fato que muitas vezes os fazem esconder sua identidade étnica.
“Viver no espaço urbano é bastante complexo para os indígenas, pois estão inseridos em um ambiente que contém uma carga de preconceitos e discriminação muito forte, na medida em que a sociedade, de um modo geral, reproduz um discurso do senso comum baseado em estereótipos de que ‘índio de verdade vive na aldeia’”, argumenta Fabi.
No Censo 2010, 209 pessoas se autodeclaram indígenas em Araraquara, mas esse número deve ser bem maior pelos motivos acima apontados, fato que levou o Grupo de Estudos “Educação e Relações Étnicorraciais na Temática Indígena” (GEERERI), da Fundação Araporã, instituição indigenista de Araraquara, a iniciar uma pesquisa intitulada “Indígenas em Contextos Urbanos na Região Central do Estado de São Paulo: da invisibilidade ao protagonismo”, que tem como objetivo mapear a realidade dos povos indígenas que vivem no contexto urbano dos 26 municípios da região, a começar pela cidade de Araraquara.
Dessa forma, a parlamentar fez um requerimento ao Executivo, buscando informações constantes em documentos ou banco de dados das Secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social, Cultura, Direitos Humanos e Participação Popular no sentido de obter conhecimentos sobre a realidade dos indígenas que vivem no munícipio, dados que poderão subsidiar futuras ações do GEERERI/Fundação Araporã junto a esses sujeitos através de diálogos e no sentido de se promover a visibilidade dos mesmos e de suas demandas, contribuindo dessa forma para a superação do silenciamento étnico muitas vezes imposto pelo preconceito e discriminação.
Portanto, a realização deste mapeamento proposto pela parlamentar é fundamental não apenas como uma forma de reparação histórica e promoção de direitos da população indígena que tem sido, ao longo dos anos, invisibilizada e perseguida, mas também para a população de Araraquara que terá a oportunidade de fortalecer sua identidade e valorizar os povos originários que aqui vivem.
A vereadora enfatiza que o requerimento foi construído conjuntamente com o grupo de estudos GEERERI, formado pelas pesquisadoras Grasiela Lima, Rafaela Rabesco, Paula Rahiara Vila, Nara Witzler dos Santos, Silvia Rodrigues dos Santos, Tainá Fazanaro e Juty Oliveira, fato que demonstra sua interlocução com instituições da sociedade civil organizada e a preocupação com as questões importantes da atualidade como a realidade adversa dos povos indígenas no Brasil, tanto os que vivem em aldeias como nas cidades.
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