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A insegurança vivenciada diariamente pelos motoristas de aplicativo que atuam em Araraquara foi o tema da Audiência Pública realizada na Câmara na tarde de segunda-feira (26).
Os debates, transmitidos ao vivo pela TV Câmara (canal 17 da Claro, YouTube e Facebook), foram organizados por iniciativa dos vereadores Guilherme Bianco (PCdoB), Alcindo Sabino (PT) e da vereadora Geani Trevisóli (PL), após reunião com o presidente da Cooperativa de Motoristas de Araraquara MoradaCar, Thalys Umberto Bagli.
Durante o encontro que deu origem à audiência, depoimentos de cooperados apontavam o registro de cinco roubos envolvendo esses profissionais em um período de 30 dias. No entanto, logo no início da audiência, Bianco pediu atenção ao assunto e apresentou novos números. “Um dos problemas que tem se aprofundado é justamente a violência contra os motoristas de aplicativo e, segundo o que a gente levantou, só entre abril e maio de 2025, foram registrados 12 assaltos a motoristas.”
A mesma preocupação foi compartilhada por Geani, que destacou em sua fala o aumento de 20% nos registros desse tipo de crime em comparação ao ano anterior. “Não podemos nos calar e permitir que os profissionais que exercem atividade tão importante na nossa cidade estejam sujeitos à insegurança e a tanta violência.”
Para o presidente da MoradaCar, a questão da violência vai além dos problemas de segurança pública e poderia ser resolvida com a união dos motoristas da cidade, independentemente da plataforma usada. Bagli ainda cita a necessidade de regulamentação da atividade, que criaria regras tanto para motoristas quanto para passageiros.
Representando o Executivo, o secretário Municipal de Assuntos de Segurança e Mobilidade Urbana, coronel Adalberto José Ferreira, afirmou que a fiscalização dos motoristas por parte da Prefeitura ainda precisa ser melhor analisada, mesmo com a existência do Decreto nº 13.742, publicado no final de 2024.
“No ano passado, foi feito um decreto, mas não ficou muito claro como fazer a fiscalização, principalmente em relação a esses aplicativos ou à atividade de motoristas de aplicativo, e isso deve ser estudado melhor. Estamos, desde o começo do ano, vendo o que é possível fazer, mas não vemos realmente a aplicação clara desse decreto”, declarou o titular da pasta.
O coronel também destacou a importância do trabalho realizado pela Guarda Civil Municipal (GCM) na inibição de crimes, mas reconheceu que o efetivo precisaria ser aumentado, confirmando que existem tratativas em andamento com o prefeito para a realização de concurso público e contratação de novos servidores.
Em seguida, foi a vez de o representante da Polícia Militar (PM), capitão Gardim, falar das ações realizadas pela corporação, que permitiram a identificação de três grupos criminosos responsáveis por esses roubos e resultaram em duas prisões até o momento. O policial também ressaltou a necessidade de aprimoramento dos aplicativos utilizados, mas reconheceu que isso dependeria de regulamentação para ser implementado.
Depoimentos e reivindicações
Diversos motoristas usaram a tribuna da Câmara para falar sobre a realidade do trabalho, que, muitas vezes, compreende jornadas extensas para conseguirem obter o sustento próprio ou da família. Entre as histórias compartilhadas, foram recorrentes relatos de violência, prejuízos financeiros, medo, pedidos de ajuda às autoridades, exemplos de iniciativas aplicadas em outras cidades e sugestões de melhorias.
Muitos participantes ainda questionaram a demora nos atendimentos da PM, que não tem uma central de atendimento em Araraquara, além das dificuldades no registro eletrônico de Boletins de Ocorrência em caso de acidentes leves, uma vez que, nessas condições, não há comparecimento de polícia no local dos fatos. Também foi proposta uma maior aproximação da Polícia Civil e da GCM com a categoria, o que contribuiria para a segurança das viagens.
Encaminhamentos
No encerramento das participações, Alcindo sugeriu a criação de um grupo de trabalho para dar continuidade aos debates levantados no Plenário da Câmara. Guilherme agradeceu todas as contribuições compartilhadas e pediu união dos motoristas, lembrando que “problemas sistêmicos não serão resolvidos por saídas individuais. O que a gente precisa pensar é uma saída coletiva para resolver o conjunto dos problemas, quer o motorista opte por trabalhar na plataforma A, B ou C”.
A Audiência Pública também contou com a presença dos vereadores Michel Kary (PL), Coronel Prado (Novo), Enfermeiro Delmiran (PL), Aluisio Boi (MDB) e das vereadoras Filipa Brunelli e Maria Paula, ambas do PT; do comandante da Guarda Municipal de Araraquara, Danilo Soler; do capitão PM Braga, além de motoristas de aplicativos e assessores parlamentares.
Para ver e rever
A audiência está disponível na íntegra no YouTube e no Facebook.
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